com o aroma do mel. As folhas desta árvore brilhando o sol, contêm na superfície um sal alvíssimo; quando o tempo se acha enublado ou chega a noite, o sal se derrete e adere como orvalho; às vezes é seco e alvíssimo; pode ser tirado com os dedos. A quantidade tirada de duas ou três folhas já basta para salgar um caldo.JACAPUCAYA (termo indígena). Arvore altíssima com casca griséia, dura e irregular, como um carvalho velho; do qual se fabrica tinta para escritório. As folhas mais novas são vermelhas; as mais velhas, verdes; semelhantes a folhas da amoreira dentadas na sua orla; um pouco contorcidas e encurvadas mutuamente opostas, em ramos alternados. Dá uma flor (não encontrei no autor sua descrição). Vem depois grandes frutos; cada qual pendente de um pedículo grosso, lígneo; do tamanho de uma cabeça de criança; de figura elíptica; em baixo, é fastigiado em forma de cone obtuso; em cima, isto é, junto ao pedículo, é achatado, aparentando um copo com seu opérculo; tem uma casca lígnea e dura, da cor da ocra. Removido o opérculo (o fruto espontaneamente se abre), cai e o fruto internamente parece dividido em quatro interstícios; em cada loculamento, se encontra uma castanha do tamanho de uma ameixa (Punus), com uma casca amarela-acinzentada, rugosa, que, sendo quebrada, apresenta um núcleo branco, de ótimo sabor; come-se cru e assado. Da madeira desta árvore fabricam-se eixos de máquina, porque é durável, no elemento úmido, os eixos sempre se umedecem com o azeite e além disso são lavados nágua.Da casca externa seca e socada se fabrica uma estôpa avermelhada para arrolhamentos e embarcações. O fruto fica maduro em março e abril. É muito abundante esta árvore, em Namhiu e Alagoa del Sul e Alagoa Grande.JARACATIA (termo indígena). Árvore alta, direita, com um caule grosso, em baixo; este vai-se afinando e adelgaçando-se em direção à parte superior; esta árvore tem casca griséia, madeira mole e leitosa; o caule e os ramos são armados de espinhos curtos, grossos e duros. Deita ramos formando uma roda, mas sem ordem; os de cima são mais curtos do que os
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado