História natural do Brasil.

Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado

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UMARI (termo indígena). Árvore que se expande amplamente, em seus ramos, com um caule mediocremente grosso (algumas vezes nascem três, quatro ou mais justapostos). Nos ramos se encontram outros ramos, que medem três ou quatro dedos de comprido, havendo neles folíolos cilíndricos, semelhantes às folhas de cássia, porém, um pouco mais estreitas; são direta ou alternadamente opostas, verdes carregadas com um nervo no sentido longitudinal e veias oblíquas; medem um dedo ou mais de comprido. Dá uma flor (o autor não a descreve). Depois vem o fruto oval, do tamanho da pêra maior, coberto com uma casca, dando à vista e ao tacto a sensação de nosso pêssego. Sua cor é verde-pálida amarelada; contém uma escassa polpa amarelada, que circunda um grande caroço branco, oval, dentro do qual existe um núcleo comestível. Este fruto fica maduro em março; cai espontaneamente e é colhido. Comido cru é prejudicial ao ventre e provoca vômito; por isso costuma ser cozinhado e amassado com o núcleo; então é comido com carne ou peixe, em vez de pão ou farinha. A madeira da árvore é branca, aparentando a da betula. Esta árvore abunda nos campos gramíneos, junto ao rio Cunhão Mopebi e Rio Grande.

CAPÍTULO XIV

C opiiba. Mangabiba ou Mangaiba. Cuiete. Apeiba. COPIIBA (termo indígena). Árvore alta de casca cinzenta; em cima se divide em ramos nos quais se acham folhas de pé e meio de comprido (umas maiores, outras menores), mutuamente opostas duas a duas; na extremidade se acham três unidas; são oblongas, acuminadas, com nervo e veias avermelhadas; na frente, são verdes mais carregadas; atrás, mais claras. Na extremidade dos ramos, se acham muitos râmulos unidos nos quais se inserem as folhas; aí também brotam os ramos das flores (o autor não as descreve). A elas sucede o fruto, do tamanho e figura da baga do loureiro; a princípio é verde, vindo a tornar-se preto, quando maduro; possue escassíssima polpa adocicada, da qual facilmente se pode tirar uma película "crassiuscula". Contém este fruto um caroço oval, não duro, de sabor farináceo, mas não comestível. O fruto, porém, é comido; os indígenas chupam o suco e cospem a casca. Fica maduro em abril.

MANGABIBA e MANGAIBA (termo indígena). O fruto desta árvore se chama Mangaba. Árvore que, em tamanho e figura, iguala nossa cerejeira ácida ou a excede, se divide em muitos ramos, que vão terminar em outros râmulos flexíveis, como