e pode ser conhecida a uma distância de três a quatro milhas. Caindo as flores, de novo rebentam as folhas. (Não encontrei declarado no autor se produz frutos). TATAIIBA (termo indígena). Árvore de caule cinzento, madeira de cor crócea por dentro, em parte avermelhada. Tem folhas acuminadas, dentadas, semelhantes às folhas da betula, colocadas de um e outro lado, nos ramos. Produz uma flor (não encontrei a descrição dela no autor); depois vem o fruto do tamanho de uma amora medíocre, redondo, composto de tubérculos, de cor pálida, tendo externamente muitos filamentos fuscos, não muito longos. Comem-se esses frutos como amora, simplesmente ou com mistura de açúcar e vinho; por dentro eles contém uns grânulos alvacentos, dispersos na polpa; são suculentos e de sabor agradável. A madeira da árvore é muito dura e se conserva por muito tempo, dentro e fora da água; é sempre verde. É uma das melhores e supera a massaranduba, de qualquer maneira que seja empregada. Da madeira velha por cozimento prepara-se uma tinta vivamente amarela; esta árvore nasce nos bosques; seu fruto fica maduro no mês de março.IBACURU-PARI (termo indígena). Árvore de folhas congestas em fronde, que medem um pé de comprido e dois dedos e meio na maior largura; têm essas folhas a figura de uma língua, sendo mais agudas junto aos pedículos que na ponta; assemelham-se às folhas de janipaba com um nervo levemente vermelho no sentido longitudinal e umas veias transversais; dá esta árvore uma flor (o autor não a descreve). Seu fruto é do tamanho da laranja, mas, quanto ao formato, assemelha-se a um pequeno melão ou abóbora, porquanto é redondo e um pouco achatado, quase estriado, isto é, tem tantas estrias ou cavidades no sentido longitudinal, quantas são as castanhas internas, isto é, quatro, cinco, seis, sete, que igualam nossas castanhas, em tamanho.A casca exterior verde se divide internamente em outros tantos loculamentos; cada castanha tem uma casca frágil, da cor isabel ou amarelada, lustrosa; o núcleo, que é muito branco, serve para se comer.Encontrei outra espécie, no golfo de Aquapetida, em março de 1640. Esta árvore é de casca griséia ou fusca, lançando ramos diretos de um e outro lado; tem folhas opostas em ramos opostos; são duras e membranosas, com um nervo no sentido longitudinal e veias oblíquas ; são ainda longas, sólidas, semelhantes um pouco ao Araticu-ponhe. O fruto maduro é amarelo, redondo do tamanho da maçã; de casca da grossura quase igual a da laranja, a qual uma vez ferida pode facilmente ser separada. Este fruto contém duas ou três castanhas ovais, grandes, chatas do lado, onde mutuamente se tocam; rodeia estas castanhas uma polpa escassa,
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado