de cor cerúlea-purpúrea escura, inodora. Vem em seguida o fruto, do tamanho de uma ameixa de cavalo (Prunus eqüina), da figura de um rim de ovelha, tendo a superfície glabra, coberta por uma cutícula; por dentro tem uma polpa lútea, cheirando a sabão espanhol; na polpa se acham envolvidos dois caroços elípticos, chatos, duros; não se come o fruto. No ano de 1642 florescia e possuía frutos a XXI de fevereiro.GUITl IBA, o fruto é denominado pelos indígenas G uiti ou então "Guiti-miri". Árvore do tamanho da Tília, mas de caule não tão grosso; produz folhas com a figura de uma língua, medindo cerca de cinco dedos de comprido e dedo e meio de largo, verdes alegres, lustrosas como as de nossa pereira; brancas, na parte inferior e cobertas de uma lanugem (esta pode ser tirada com os dedos; as mais novas são inteiramente cobertas de uma lanugem amarelada); ficam situadas alternadamente em râmulos. Junto de cada pedículo curto, germina uma, duas ou três úvulas juntas, cobertas de uns pequenos glóbulos alvacentos; quando se abrem, aparecem flósculos brancos, compostos de seis pequenos folíolos em cujo meio se encontram muitos estames brancos com ápices pálidos; permanecem erguidas como fios de escova. Dá um fruto de figura elíptica, do tamanho de um ovo de galinhas, às vezes maior, a princípio verde; quando amadurece, torna-se amarelo por fora; é coberto de uma cutícula citrina tênue, que facilmente se pode separar. A polpa é da mesma cor; mole como a pêra moída, filamentosa por causa dos filamentos que aderem externamente ao caroço do fruto. Este caroço é grande, oval, amarelo-claro por fora, viloso, mediocremente duro, não grosso; contém um núcleo amarelo encarnado, seco, de sabor amargo. A massa do fruto é escassa, de sabor doce, como o musgo misturado com açúcar. Quase em julho e agosto floresce; o fruto amadurece em março.
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado