História natural do Brasil.

Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado

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INGA OPEAPIIBA (termo indígena). Árvore de casca cinzenta, repartida em muitos ramos; têm folhas diretamente opostas, medindo dois ou dois e meio dedos de comprido, com um nervo avermelhado, veias e pêlos também avermelhados na frente e atrás; os râmulos novos também são pilosos. Depois das flores, vêm silíquas chatas, tendo a figura de paralelogramo, cobertas de pêlos hirsutos vermelhos; nelas se acham as sementes. O mais falta no autor. INGA (outra espécie). Árvore de casca fusca, dividida em muitos ramos; tem folhas e ramos alados, quase do mesmo formato e condição; não difere muito das outras espécies, com exceção dos frutos, que se seguem às flores; eles medem quatro, cinco, seis ou sete pés de comprido; são de cor amarela esverdeada, contorcidos em forma de "pennidios" (?) de açúcar. Não se encontra declarado no autor que cousa contém por dentro. INGA (termo indígena). Árvore de casca avermelhada como o álamo, com o tronco flexível; tem folhas longas não dentadas, verdes, opostas mutuamente em ordem; entre as folhas se acham uns râmulos alados com apêndices aparentando a figura de um coração, verdes como as folhas. Junto da origem dos râmulos, nos ramos maiores, procedem pedículos justapostos, em número de três, medindo dedo e meio de comprido; em cada um deles, se encontram doze, quatorze ou quinze, mais ou menos, capítulos ovais, unidos em cachos, os quais ao abrir dão uma flor, que consta de cinco folíolos brancos, levemente hirsutos como a seda, assemelhando-se quase ao lírio dos vales (Lilium mento de dois dedos; a flor é de agradável aroma como a convallium). Do meio da flor procede um feixe de filamentos alvíssimos, seríceos, do compriTília; esses filamentos têm, na extremidade, ápices lúteos, eretos como penas; arrancada a flor, logo fenecem. O autor não diz se produz algum fruto. Nota. Das várias espécies de "Inga" a esta última parece competir em rigor este nome e foi também a que o autor descreveu com exatidão; somente não deu notícia do fruto. É de admirar não ter encontrado