porém, fui avisado por um português de que se tratava do fruto do Anda; tive também notícia de outros frutos com esse nome.CAPÍTULO V Guaibi pocaca biba. Saiimbe Iba. Espécie de Inga. Quity. GUAIBI POCACA BIBA (termo indígena). Árvore que se assemelha ao sabugueiro na madeira, casca, medula e fragilidade; é elegante e se divide em muitos ramos, os quaisapresentam na extremidade longos gérmenes e neles se encontram três ou quatro râmulos justapostos. Sempre se acham pares de folhas opostas, fixadas a pedículos curtos; essas folhas são duras, como pergaminhos; assemelham-se externamente nas veias e cor verde às folhas de Sálvia, quando novas; são de cor verde clara, na frente; medem dois ou mais dedos de comprido.Entre os râmulos com as folhas, brotam pedículos de dois ou três dedos de comprimento, os quais possuem vinte duas ou vinte e quatro flores unidas, em forma de umbela, com a figura das flores da primavera (Primula vetta). Cada flor é composta de cinco folíolos amarelos-claros; no meio; em lugar de estames, procedem muitos filamentos de dedo e meio de comprido; esses filamentos são de cor lútea na metade; na metade exterior aparentam a açafrão oriental, (Crocus orientalis); quanto à cor e crespidão; na ponta de cada um, se observa um "punctulo" amarelo; os flósculos são de suavíssimo aroma; a árvore florida é belíssima; o tronco tem o odor de sabugueiro. Produz o fruto em silíquas de quatro ou cinco dedos de comprimento; fastigiados, na parte anterior, tendo figura de paralelogramos; são um pouco achatadas.Em uma e outra extremidade lateral são fechadas com uma espécie de costura semelhante às empregadas pelos sapateiros. Como fica por dentro e por fora a silíqua madura não explica o autor. SAIIMBEIBA (termo indígena). Caiveira branca (termo português). Árvore quase como o acajuiba, tendo folhas semelhantes a ele, mas um pouco mais duras, rugosas e ásperas; no mais tem disposição idêntica; produz flores reunidas como umbela, numerosas, pequenas, inodoras. Floresce no mês de março, mas não dá fruto.INGA (uma espécie). Lotus (termo vulgar dos belgas). A árvore não é grande; possui galhos e râmulos alternadamente opostos; nos râmulos se acham dois, três ou quatro pares de folhas pontudas, opostas; o caule, junto de cada folha, é alado, em forma de coração; assim também são as outras espécies. Produz uma flor que o autor não descreve.O fruto é uma silíqua fabácea chata, amarela, medindo dois três ou quatro dedos de comprido, contendo quatro, cinco, seis ou mais sementes transversais; estas sementes são cobertas de uma polpa nívea, como seda (holosericea), um tanto fria, de sabor agradabilíssimo, que espontaneamente se separa uma da outra, conforme o número dos grãos; costuma-se tirar essa polpa com os dentes e comê-la, mas não a semente; a semente é mínima, olivácea oblonga, divisível em duas partes, no sentido longitudinal. Este fruto comestível é de agradável sabor e amadurece em maio.
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado