estriados e acuminados em cima; nesta ponta se acha uma folha do comprimento de seis ou sete dedos, estreita, verde-clara, tendendo ao amarelo, com um nervo, no sentido longitudinal. Nota. Esta árvore parece diferir da Guayacan, chamada igualmente pelos espanhóis Palo Santo, porque aquela árvore como escreve Fr. Ximenes, é de tamanho médio, tronco silvestre, macilento è espinhoso, com folhas um pouco maiores do que as da arruda; suas flores são cerúleas; a casca, cinzenta; embora seja vermelha a que cobre o tronco mais grosso; a madeira é fusca e a medula azulada. A casca é muito amarga; por isso se acredita ser quente, no segundo grau com manifesta aridez, embora não se sinta o amargo, na medula. Procurei desenhar a erva, que nasce no alto dos ramos, servindo-me de folhas secas colhidas pelo autor. Os glóbulos conservam a cor amarela, embora estejam muito secos; internamente contém uma substância esponjosa entrecortada de muitos filamentos. A raiz mais grossa, da qual procedem as raizinhas filamentosas e escamosa.TAMARINDI Tamara azecla (em português). Árvore que cresce até à altura da tília máxima, com caule griséu por fora; com a madeira branca, semelhante à betula e muito mole. Esta árvore se reparte em muitos ramos, cada um dos quais se divide em outros menores, dispostos alternadamente de um e outro lado, medindo três ou quatro dedos de comprido. Neles se acham colocados folíolos pequenos, um pouco mais longos do que meio dedo (há também menores) estreitos, de largura uniforme, de figura cilíndrica, assemelham-se às folhas da Securidaca veadadeira, de Clus., Rar. Pl. Hist. página CCXXXVI, quanto à figura, mas junto ao pedículo, não são estreitas; opõem-se exatamente aos pares; não se acham fixos a pedículos; tocam-se estreitamente. Na face inferior, os folíolos são verdes claros; na superior, mais saturadas; inferiormente, possuem um nervo no sentido longitudinal, sendo atravessadas por veias transversais muito estreitas, que dificilmente se vêem. Tem uma acidez bem pronunciada; por isso são comidas para extinguir a febre. O autor não descreve a flor. Na extremidade dos râmulos, em cada pedículo, brota o fruto de variado formato, a saber: uns chatos se assemelham, na figura e tamanho, ao figo seco; outros às silíquas da fava maior; outros à columela de laca, com que grudamos as cartas. Todos tem uma casca mole, cor de nespereira (Mespilus), finas, quando está maduro; a casca contém dentro uma polpa escura, filamentosa, de sabor agradabilíssimo. No centro da polpa, encontram-se em cada fruto ou silíqua, duas ou três "lápides" da figura das amídalas ou orbiculares e chatas; de cor castanha lustrosa; o núcleo dos tamarindos confiados à terra, num espaço de um ano, cresce até tornar-se um arbusto de cinco pés de altura.. Nota, Garcias ab Horto, seg. Clus., trata dos tamarindos, no liv. I, cap. XXVIII. Diz que as
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado