em cada râmulo; medem de comprido cerca de um dedo; assemelham-se, na figura, às folhas do buxo. São um tanto grossas, verdes carregadas, lustrosas, fixadas aos râmulos sem pecíolos, não na parte média da extremidade, mas de um lado.De uma e outra parte procedem râmulos do comprimento de dedo e meio e mais, cobertos de muitas flores congestas quase em uma, fixadas a pedículos do comprimento de meio dedo.Essas flores são compostas de cinco folíolos dos quais quatro são geralmente côncavos e o quinto, recurvado; este é vermelho, amarelo na extremidade; os outros são amarelos. Os dois re-curvados próximos têm unhas vermelhas; no meio estames amarelos pálidos, de ápices amarelados. E do mesmo odor que o Lilium convalium, porém mais forte; depois das flores, vem silíquas oblongas, de cerca de dois dedos, totalmente chatas; na parte externa, são aculeadas e de cor fusca carregada; nada contém por dentro. Floresce em dezembro; acha-se abundantemente em Alagoas e outras partes. Nota. Fr. Ximenes. A planta denominada Cuhuraquam, pelos mexicanos Q uammochitl hui-tzquahuitl e Brasil pelos espanhóis é um arbusto espinhoso, que deita raízes cândidas cheias de vergônteas, dos quais procedem troncos, que exteriormente tendem para a cor de rosa e dentro são vermelhas carregadas. São estes troncos contorcidos, cheios de folhas codiformes, com um traçado de veias, que partem do centro para a extremidade. Nasce esta planta nas regiões frias, planas e montanhosas de Mechoacan, onde também há duas outras espécies da mesma, uma denominada Pinguaquam a outra Iacuam. É de sabor adstringente, fria, seca; sua madeira produz a verdadeira cor coccínea; seu cozimento a princípio é ruivo e depois se torna vermelho; se acrescentarmos alúmen adquire a cor vermelha muito viva. Esta madeira é fria; mitiga febres; é adstringente e dá forças.CAMACARI (termo indígena). É uma árvore alta, de caule não muito grosso, geralmente reto, de casca griséia; produz folhas alternadas, longas, parecidas com a do loureiro; na parte da frente são verdes saturadas e lustrosas; atrás são verdes claras. Ferindo-se a casca desta árvore, eflue uma lágrima muito glutinosa, um pouco avermelhada, sem odor notável, dela fazem uso em fomentação contra os vermículos dos pés. A madeira desta árvore é amarela; com ela fazem cestas para se colocar açúcar.PACO CAATINGA (termo indígena) Árvore (não encontrei no autor descrição de seu caule, nem de suas folhas, nem de suas flores). Produz frutos unidos como uvas, formando cachos de nove ou dez dedos de comprido; esses frutos são do tamanho da cereja silvestre, de cor preta, com um núcleo como o da cereja; de gosto adstringente. São devorados avidamente pelas pombas; os homens não os comem; servem para tingir de cerúleo; suas bagas secas podem ser conservadas longo tempo. Nota. Pode a alguém parecer que esta árvore se identifique com a denominada Guayabaram, por Fr. Ximenes e que ele diz ser chamada Huberum, na ilha Hispaniola. Eu, porém, duvido, porque esse autor diz que seu fruto serve para se comer, ao passo que o nosso o nega; Oviedo atesta que o fruto tem grandes partes duras, de sorte que fica muito pouca polpa; pode então ser que sirva para se comer, mas por esta razão não seja apreciado pelos homens. Veja o que dissemos, na descrição da América, acerca da Guayabara.CAPÍTULO VIM amoeiro macho e fêmea. Urucuri Iba. MAMAOEIRA (termo indígena). Vulgarmente se denomina Papay; o fruto é chamado Mamão pelos portugueses, porque se assemelha a mamas, pendentes do tronco. Existem duas espécies desta planta: o macho e a fêmea. O macho se acha facilmente, por toda à parte;
História natural do Brasil.
Escrito por Marcgrave, Jorge e publicado por Museu paulista. Imprensa Oficial do Estado