da raiz com água e um remédio maravilhoso contra a disenteria. Seu fruto misturado com açúcar constitui uma conserva semelhante na cor, sabor e propriedades a conserva dos marmelos (Cidônia), chamada vulgarmente marmelada.ARBUSTO (OU melhor, visgo, porque não tem caule próprio e raiz). Nasce em outros arbustos ou arvores, isto e, onde germina, aí se acha uma tuberosidade no ramo da arvore. Nasce e se divide em muitos galhos, tendo um tronco frágil, amarelado, por dentro, com uma medula vermelha e por fora uma casca escura, marchetada de estrias numerosas e de manchas. Produz folhas com a figura da rêlha do arado, opostas, grossas, verdes carregadas; orladas de uma linha vermelha com um nervo um pouco saliente,. no sentido longitudinal e umas veias transversais, profundas, pouco visíveis. Produz muitos flósculos justapostos em pedículos escuros, formadas por seis folíolos * agudos, estreitos, de cor amarela avermelhada, um pouco inclinados para baixo, tendo no meio alguns estames lúteos. Caindo os folíolos das flores, o cálice das flores assemelha-se, na figura e cor, ao goiveiro aromático (Caryophyllum aromaticum).Sobre as flores deste arbusto, encontram-se numerosíssimas avezinhas, "Uvanombugh", que podem ser abatidas com tiro.ARBUSTO (0 autor apresenta esta imagem, mas cala o nome. Cresce a semelhança da pêrasilvestre, com caule frágil, casca cinzenta; produz folhas semelhantes as da pereira, densas, verdes lustrosas em cima; em baixo, verdes mais claras, alternadamente colocadas, cada qual em seu pedículo grosso, curto, inclinadas para baixo.Na extremidade dos ramos, brotam quatro, cinco ou seis corpúsculos elípticos, dispostos em forma de cachos, maiores do que a ervilha; quando se abrem, apresentam uma flor de quatro folhas brancas, grossas, verdes claras por fora, do tamanho da candelária (Lychnis), havendo entre elas, dispostos circularmente, estames brancos, altos, em numero de mais de cento e vinte; do comprimento de dedo e meio, da grossura de um fio de seda grosso, que tem adjunta, em cima, uma espongíola amarelada. No centro da flor e dos estames, se ergue um outro estame do comprimento de dois dedos, mais forte, de cor amarela com um capítulo cilindráceo. Assim as folhas da flor se acham supereminente estames brancos; aos estames se acha supereminente este outro longo, médio; a flor e de agradável aspecto, tendo o aroma suave da rosa, mas não tão forte. Caindo as folhas * e os estames brancos, permanece o estame médio, em cuja extremidade, de um corpo cilíndrico... (o resto o autor deixou de declarar).Possui râmulos desta planta apensos no meu museu, junto aos livros; de noite, junto a origem do pedículo de cada folha, bem como junto de cada folha da flor emanava uma gotinha de um humor cristalino, lustroso, como se estivesse aderente a planta; do tamanho da semente da mostarda (Sinapis) maior.IVA* (termo indígena). Arbusto que cresce como o Jurepeba, tendo tronco semelhante; costuma, porem, elevar-se a maior altura. O caule e espinhoso e dotado de uma branda hirsútia; as folhas são colocadas, sem ordem; são pálidas, oblongas, não segmentadas como o jurepeba, dotados de uma hirsútia ou lanugem.Produz flores como o jurepeba, lácteas, formadas de cinco folhas e que se expandem em forma de estrela, possuindo no meio estames lúteos eretos. Produz um fruto do tamanho de uma maçã vulgar maior, redondo, a princípio verde saturado, coberto por uma lanugem escura; quando maduro, e de cor do limão e lustroso. A casca e quebradiça como a casca do ovo; dentro se encontra uma polpa suculenta,
[página 64] amarelada, com copiosas sementes da figura, tamanho e cor das lentilhas. A polpa é muito doce e apetecida pelas formigas; o homem não a come.CAPÍTULO V Atitara. Iuqueri-omnano. ATITARA ou IAIITARA (termo indígena). É um espinheiro com folhas do Selo de Salomão. Cresce até à altura de sete, oito ou nove pés de altura com um caule bem grosso, guarnecido de agudíssimos espinhos, lançando de si um ou outro ramo maior. A intervalos rodeiam o arbusto râmulos, do comprimento de dois, três, ou quatro pés com espinhos aduncos voltados para baixo, verdes, com pontas (cúspides) escuras, lustrosas. Nesses râmulos se encontram folhas, às vezes opostas formando pares, às vezes solitárias, inodoras, do comprimento de pé e meio, medindo, na maior largura, cerca de dois dedos e meio, como as folhas do Selo de Salomão ou dos lírios dos vales; são consistentes e muito semelhantes na cor, tendo no centro um nervo, que corre no sentido longitudinal; além disso também três ou quatro agudíssimos espinhos retos guarnecem a folha, em baixo.A extremidade dos râmulos, no comprimento de cerca de um pé, é privada de folhas; é espinhosa representando três vezes a figura de seta. As folhas desta planta antes que se estendam, são dobradas apertadamente, à maneira das folhas da palmeira; ficam aderentes aos ramos, depois se abrem.De um e outro lado brota uma silíqua redonda medindo de comprido um pé ou quinze dedos, e de grossura dois ou três dedos.É pontuda, em uma e outra extremidade, um pouco curva, guarnecida em toda extensão de numerosíssimos espinhos; à princípio é verde; depois torna-se preta e, abrindo-se espontâneamente, lança de si um ramo, dividido em muitos râmulos segundo o costume e a maneira da palmeira mucífera; este ramo é de cor amarela clara e possui flósculos numerosos, donde se formam glóbulos, que vão terminar em frutos; cuja forma e consistência o autor não declara. JUQUERI-OMNANO (termo indígena). Espécie de erva viva. É uma planta que brota com caules quadrados, estriados, verdes, guarnecida de numerosíssimos espinhos amarelos. A intervalos estendem-se dos lados râmulos, de dois ou três dedos de comprimento, espinhosos, dividindo-se em dois, na extremidade. Estes têm, no máximo, dois pares de folhas, isto é, justapostas duas a duas, medindo de comprido cerca de dedo e meio, vestidas inferiormente de pêlos brancos, em cima verdes, lisas, não dentadas. Junto de cada râmulo, que sustenta as folhas, procedem dois, três ou quatro pedículos, medindo um dedo de comprido, com capítulo redondo, viloso, branco, mesclada de purpúreo, que serve de lugar para a flor, como na erva viva maior. Depois de cada flor, brotam oito, nove ou doze silículas de um dedo de comprimento, justapostas em forma de rosa; cobertas de longos pêlos hirtos, cândidos, nas quais se acha a semente.Esta planta alada logo se contrai e dobra as folhas, quando é tocada ainda que levemente com o dedo; depois, porém, se abre. Nota. Fr. Ximenes acerca das plantas da Nova Espanha.