HISTÓRIA DAS PLANTAS LIVRO II Das plantas frutíferas e arbustos CAPÍTULO I Das Plantas com as quais se fabrica o Anil.
ERVA D'ANIR (termo português). (O autor não indica o nome indígena desta planta; parece que os selvagens não a conheciam). De uma raiz fina, longa, dividida em muitos ramos, lenhosa e mole, procedem vários caules, do comprimento de dois, três e até mais pés, redondos, rastejando pela terra e fixando-se a ela por meio de filamentos erguendo-se depois, nas extremidades. Destes caules, que se fixam na terra, procedem outros que se levantam em número de oito, nove e até dez, em cada um; são estes caules, por sua vez, redondos, lenhosos, um pouco vermelhos de um lado. Todos os caules são ornados de râmulos de um dedo de comprimento, dispostos em sene alternada, tendo cada um sete folíolos cinzentos, opostos dois a dois e um só terminal (extremo). Os folíolos têm, no meio, no sentido longitudinal, um nêrvulo; não dentadas, semelhantes às folhas do Trifolium conicularis de Dodoneus, lib. XIX, cap. 17. Junto dos râmulos, nascem curtos pedículos e neles quatro, cinco ou mais flósculos, muito pequenos, purpúreos com mescla de branco com a figura de um capacete aberto, como em Hedera terrestre ou a Urtica mortua, de odor agradável.Esta planta nasce, por toda a parte no Brasil; com ela pode-se preparar a cor de anil. Nota. José Scaligero. Nil ou antes Nir é para os árabes a cor azul, a qual é chamada pelos espanhóis Anir ou Anil. Os árabes dão às vezes à erva o nome de Nil.Garcias do Horto (lib. II, cap. XXVI. Anil nome usado pelos árabes, turcos e em todas estas nações; em Guzarate, onde é preparado, chama-se Gali; agora é chamado Nil por alguns.É a erva que se servia todos os anos, semelhante ao mangericão (Ocymum); colhe-se do mesmo modo e é socada depois de seca. Depois de socada e coagulada em forma de pães, se expõe para secar; toma então uma