História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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em Maranguape, de sorte que acharam nela apenas uma pipa de vinho; foi tripulada, para cruzar contra o inimigo. E, tendo deixado Smiendt, com o seu barco, o Tijger, o Pegasus e o Campen, voltou no dia 22 de Novembro ao Recife, trazendo quatro prisioneiros.No dia 25, à noite, foram colocadas quatro companhias de fuzileiros em emboscada, para apanhar alguns prisioneiros; mas o capitão Cloppenburgh aprisionou apenas um capitão, chamado Stevam Alves e mais dois soldados. No dia 26, chegou da República o Wassende Maen, com uma companhia de sol dados, sob o comando do capitão Petri Jacobus.Convém dizer aqui, para não deixarmos de lado os feitos dos nossos navios, que o yacht Vos trouxe no dia 6 de Outubro uma presa, carregada com panos em fardo, na maior parte tecidos simples de linho e outros estofos.No dia 1º de Dezembro, entrou no porto o Wapen van Hoorn com 140 caixas de açúcar, que capturara numa barca vinda de Alagoas. Os srs. delegados, nessa época, começaram a povoar a ilha de Itamaracá, colocando nela dois franceses, mandados da República para se estabelecerem na ilha de Fernando de Noronha, e um soldado casado com uma natural do país, e especialmente o índio Mossocara, chefe da aldeia Tabusseram, situada na costa setentrional, o qual viera ter com os nossos, junto com 20 ou mais dos seus súditos; e, para defender esses habitantes com o inimigo, montou-se um reduto na extremidade norte, o qual foi ocupado por 21 homens.Depois disso, como agora viessem vários navios, trazendo soldados e outras cousas necessárias, assim como o pequeno yacht Bonte Kraye, com a noticia de que vinham ainda vários navios, os srs. delegados, para não perder tempo, resolveram empreender a expedição ao Rio Grande, que em várias cartas da República diziam ser imprescindível. Para essa expedição, foram mandados os seguintes navios e yachts: Overijssel, como almiranta, Ter-Veer, como vice-almirante; Vleer-muys, como sota-almiranta; o Campen; o yacht Pernambuco, Naerden, Pegasus, Leeuwerck, Spieringh, de Vos, Ceulen; e as seguintes companhias dos srs. delegados, com 100 homens; a do tenente-coronel Bijma, forte de 118 homens; a do major Cloppenburgh, com 100 homens; a do major de Vries, com 80 homens; a do capitão Fredrick Maulpas, forte de 90 homens; a do capitão Taillor, com 100 homens; a do capitão Garstman, com 120 homens; a do capitão Hendrick Fredrick, chamado Monsveldt, com 100 homens. Contava ao todo 808 homens, e, além disso, ia provida de todas as espécies de aprestos e de viveres para 9 semanas, tanto para os marinheiros como para os soldados.Com essa esquadra e tropas, o sr. diretor delegado Mathias van Ceulen, bem como o tenente-coronel Bijma, o conselheiro político Servaes Carpentier e o commandeur da costa do Brasil, Jan Cornelisz. Licht-hart, fizeram-se à vela do porto de Pernambuco, no dia 5 de Dezembro, à tarde, levando, além dos referi dos navios, três botes grandes à vela e a chalupa Duysent-been. Encontraram no dia 7, nas proximidades de Mamanguape, o commandeur Smient com o Tijgher; como esse commandeur era muito conhecedor da costa norte do Brasil, levaram-no consigo, e mandaram o Tijgher a Mamanguape, para ver o que havia lá dentro. Tendo agora quase chegado ao seu destino, deliberou-se onde seria melhor