História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

600 homens, e deixaram guarnecidos os conquistados, o forte Orange e toda a ilha com gente e yachts.Depois de passarem esse e os dias seguintes ocupados em preparar tudo e concedendo salvo-conduto a alguns portugueses, prosseguiram finalmente no dia 9 de Julho com a expedição para a Goiana; e, como lhes faltassem dois botes, foi mandada uma parte da tropa através da ilha de Itamaracá, para o canal do norte. A companhia de Maulpas seguiu por fora da ilha, e as restantes, com o sr. van Ceulen, o coronel, o tenente-coronel e o major, dirigiram-se à tarde para o canal do norte, afim de, ao romper do dia, serem transportadas para Catuamba e Maçaranduba, e marchar dali para a foz do rio Goiana.As chalupas e botes deviam navegar imediatamente, para transportar a gente, porque preferiam conduzir a expedição pelo lado do norte de Goiana.Chegando à noite ao canal do norte de Itamaracá, desembarcaram as duas companhias que levavam junto ao rio Catuamba e Maçaranduba, e fizeram transportar da ilha as outras companhias, por meio de botes.No dia seguinte, pela manhã, marcharam ao longo da praia até ao lado sul do rio Goiana; as chalupas e botes seguiram um pouco afastados da costa, para irem com o Phoenix, que sairá pelo canal do sul de Itamaracá e mostrar-lhe o lugar determinado; e assim se reuniram, depois do meio-dia, na foz do rio Goiana. Sendo informados minuciosamente, pelo capitão Mast-maecker, de toda a situação, assim como por uns negros que vieram ter com eles e se ofereceram para guias, embarcaram toda a gente nos ditos transportes, com exceção do Phoenix, que, pelo seu grande calado, não podia entrar na barra do rio, e ficou ancorado fora, com a maior parte dos viveres e o yacht Jonghen-Tijgher, que encalhara; de sorte que se passou toda a tarde em embarcar a força.O sr. van Ceulen e os oficiais superiores embarcaram-se na chalupa grande Duysent-been e seguiram os outros rio acima até perto do engenho de Brandão, o qual fora incendiado três meses antes pelos nossos; aí ficaram parados até à meia-noite, por causa da vazante.Voltando a enchente, fizeram-se novamente à vela, indo mais acima ate outro ponto, situado ao lado do norte do rio, aonde chegaram pelas 10 horas. Aí estava uma caravela no estaleiro, a qual os portugueses haviam principiado a construir, e que foi deixada imune; tiraram somente algumas belas pranchas, com as quais depois renovaram completamente os botes grandes.Os portugueses estavam ali por detrás de uma trincheira e fizeram fogo sobre os nossos, e feriram dois soldados; mas, desembarcando os nossos imediatamente nos botes grandes, puseram-se logo a fugir, não ousando os portugueses esperar pelos nossos.Depois disso, resolveram os nossos mandar marchar todos os soldados para o interior, para dar uma batida em todos os lugares situados ao lado norte do rio, e, depois de combinarem o lugar onde se deveriam reunir outra vez, o coronel separou-se do sr. van Ceulen, levando consigo várias cartas assinadas pelos srs. delegados, pelas quais convidavam a todos os habitantes