História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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tapuya, foram à terra com uma bandeira de paz, sob o pretexto de quererem buscar água, o que foi recusado pelos portugueses, moradores da circunvizinhança, de sorte que, depois de aguardarem ali 22 dias, partiram sem ter sabido coisa alguma.À tarde, o inimigo apareceu no recife de terra, com alguns cavaleiros, fora dos redutos do forte do Bruyne; deu-se-lhes um tiro, e eles não ousaram aproximar-se.No dia 21, foram os botes grandes e chalupas para o acampamento, afim de ir buscar algumas estacas e pau-brasil do inimigo.No dia 23, chegaram da República o navio Het Wapen van Hoorn (trazendo 17 soldados, que foram tomados do navio Arca Noé, por causa dos excessos que aí cometeram), o Eolus e o Zee-Ridder da Zelândia, trazendo 79 soldados, e pouco depois o Miserboer e o Robbe, com 44 soldados. Ao mesmo tempo, uma força dos nossos, com cerca de 50 homens, sob o comando de um sargento do capitão Cloppenburgh, saiu à noite, para ir buscar açúcar de um certo engenho situado no caminho do cabo de Santo Agostinho.O inimigo, tendo sabido do desígnio por ciência própria ou traição, armou uma emboscada com cerca de 250 homens, os quais deixaram passar os nossos, e, quando regressavam carregados com o açúcar, lhes caíram em cima. Os nossos puseram-se imediatamente, tanto quanto possível, em ordem de combate, forçando bravamente a passagem pelo inimigo, pelo qual foram perseguidos até perto do acampamento. Deixaram atrás nove homens, dos quais o conde Bagnuolo mandou dois que aprisionava, e morreram dois, que ficaram feridos no Real; o inimigo perdeu aí mais gente que os nossos, e, segundo todas as aparências, teriam estes destroçado toda a força, si não houvessem tão depressa abandonado a luta.O conde de Bagnuolo mandou restituir o resgate dos dois mortos, e, tendo-se-lhe enviado novamente esse resgate, deu-o de presente ao tambor. No dia 28, partiu o comandante Mast para a República, com os navios Graef Ernestus, Coningh van Sweden e o Engel St. Michiel. No dia 29, o sr. van Ceulen foi visitar as obras no acampamento junto a Afogados, e achou que, pela grande chuva e pelo crescimento das águas, não se podia trabalhar e que os trabalhos feitos se desmanchavam.No dia 2 de Junho, chegaram do acampamento três companhias para a guarnição e fizeram mais duas paliçadas, bem providas contra o ataque do inimigo.No dia 10, vieram de lá mais cinco companhias, e em compensação foi novamente para Afogados, a fim de ocupar o forte, o capitão d'Escars, junto com o commandeur Mellinus e com Fourlon Junior.Estando vago ha algum tempo o posto de coronel, pelo falecimento de Rembach, os srs. delegados resolveram preenchê-lo e nomearam cm 11 de Junho para aquele posto o bravo Sigismundo van Schuppe e para o de tenente-coronel Balthazar Bijma.No dia 14, o yacht Vos trouxe uma presa, vinda da Madeira, carregada