História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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Orange. Além disso, os índios e os negros pagarão meio resgate de um soldado; mas, si fizerem uso de armas proibidas, ficarão ao bel-prazer do vencedor.Sétimo: Não se deve atirar com balas envenenadas, mastigadas, entrançadas ou encadeadas, nem com pedaços de ferro ou chumbo, mas sim com arcabuzes, mosquetes, fuzis, clavinas e pistolas.Oitavo: Todos os prisioneiros, que pedirem quartel, devem ser bem tratados, segundo as condições precedentes e de modo algum devem sofrer a sangue-frio a menor ofensa corporal. Igualmente os não combatentes como os clérigos, mulheres e crianças, terão as vidas salvas. Quanto ás freiras e aos frades e padres, que forem capelães de companhia, os soldados os resgatam com um mês de soldo; os frades e padres de aldeia, por quatro moedas de oito; e os predicantes e pré-leitores da igreja holandesa, como os capelães das companhias.Nono; O vencedor, tendo muitos prisioneiros, pode guardar os principais e soltar os outros, obrigando-se os que ficarem pelo resgate dos que forem soltos, para evitar a despesa da alimentação.Décimo: Si ficar provado que alguém de qualquer dos lados ocultou a sua verdadeira qualidade e condição e negou a verdade, será castigado, como merece, para exemplo.Undécimo: Quem infringir esses termos ou violar o quartel dado será castigado corporalmente, para satisfação do lado contrario.Duodécimo: Todos os prisioneiros de ambos os lados, de qualquer qualidade ou condição que sejam, tanto das capitanias de Pernambuco, Itamaracá, Paraíba, como todos os que possam estar nos navios, como os do Recife e os que estiverem cruzando na costa do Brasil, devem ficar livres por esta vez, sem pagar resgate, nem alimentação.Estava assinado por ambas as pares: por Mathias de Albuquerque e conde de Bagnuolo, representantes do rei da Espanha; e por Mathias van Ceulen e Jean Gijsselingh, por parte dos Senhores Estados Gerais, do Ilustre Príncipe de Orange e da Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais.A expedição, que partiu com o diretor da equipagem, no dia 29 de Abril, voltou no dia 14 de Maio: estiveram os nossos em Porto Calvo, onde incendiaram um navio novo, e depois, no dia 12, entraram em Camaragibe, onde encontraram dois armazéns com açúcar, havendo num 107 e no outro 160 caixas, que pretendiam levar consigo, mas, devido à constante e forte chuva, que derretia o açúcar, tornou-se isso impraticável, e foi necessário incendiá-lo, para que o inimigo se não aproveitasse dele.Entre o dia 17 e 18, à noite, entrou no porto o pequeno yacht Spieringh, trazendo os dois índios mandados a 17 de Abril com o tapuia Maraca Potura, para serem desembarcados nas vizinhanças do Rio Grande, e depois irem dali, com mais um índio, para o interior, a levar notícias dos nossos à sua nação. Referiram que o mesmo tapuia, seguindo dali, deixara um cordão com 18 nós, recomendando que todos os dias desmanchassem um, o qual representaria um dia de viagem (pois não sabem contar de outra forma), o que fizeram até 18 dias, sem ter resposta do mesmo. Para indagar alguma coisa sobre o