em terra, na direção das fazendas capturadas e na tradução de cartas), o qual, tendo sido preso e sofrendo rigoroso inquérito, comunicou o seguinte: Confissão feita por Leendert van Lom, na presença dos srs. presidente, governador e outros conselheiros políticos e dos oficiais superiores da milícia e do commandeur. - Leonardt van Lom, de 29 anos de idade, nascido em Dordrecht, declarou que, algum tempo antes de embarcar-se para cá, foi solicitado por Duarte Rodrigues Delues, comerciante português residente à rua Larga ou rua dos Judeus em Amsterdam, para, ao chegar aqui, descrever toda a situação da praça a Roque de Barros; depois disso, conversando com Rodrigues Francisco Aleyzo, comerciante ou corretor residente por detrás da rua dos Judeus e dos estaleiros, Manuel Alves Godim, comerciante residente em uma travessa entre a rua dos Judeus e os estaleiros, chegou a avançar que lhe prometia a soma de 40 a 50 mil ducados, se ele preso conseguisse com informações e por outros meios fazer com que o nosso povo fosse expelido daqui e que a praça voltasse às mãos do inimigo, ou logo que-os seus serviços se tornassem importantes ou vantajosos. Nesse momento deram-se as mãos, e aquele, sobrepondo a sua, confirmou por juramento, e prometeram-se uns aos outros que, no caso de algum deles vir a ser preso por esse motivo, não denunciariam os outros, e, tendo bebido em honra ao pato, foram juntos à missa, numa casa por detrás da Capela da Cruz, onde receberam o Sacramento, dizendo-lhe o dito Duarte que escrevesse com o endereço a Gaspar Domingo Rego, e dessa forma Roque de Barros ficaria avisado. Esse acordo foi feito e concluído na casa de um inglês hoteleiro, morador no beco de Kromme-Neleboogh, em Amsterdam, tendo ela, na fachada, em taboleta pendurada, o letreiro "Londres" ou "Plymouth". Julga que há outros corrompidos por aqueles da mesma fôrma, mas não conhece ou não sabe de pessoa alguma na Holanda ou aqui a quem possa acusar.Tem, portanto, toda a certeza de que o referido Duarte Rodrigo encetou e concluiu o pato com ele, a pedido de Gaspar Domingo Rego, irmão de Roque de Barros, com os quais irmãos fizera conhecimento em Viana. Tendo-lhe Duarte mostrado uma carta de Gaspar Domingo, em que apresentava cumprimentos a ele prisioneiro, julgou ter Gaspar acreditado que ele prisioneiro, não estando há muito tempo fora de Portugal, seria facilmente atraído para lá com boas palavras e promessas. Declarou mais que, chegando no yacht Brack e ficando aqui, escreveu, há uns dois e meio ou três meses, a Antônio Gonçalves (pois lhe foi dito por Duarte Rodrigues que devia dirigir as cartas aquele) uma pequena carta, na qual pedia que avisasse a Roque de Barros da sua chegada, e depois recebeu uma carta de Roque de Barros dentro de um sobrescrito de Gonçalves, sendo o contendo que ele Barros se alegrava com a sua chegada e exortando-o a escrever, segundo o contrato que ele bem sabia, e, assim procedendo, se tornaria um grande homem.Depois disso, escreveu novamente a Roque de Barros que lhe era agradável saber da sua saúde e que continuaria a escrever-lhe e dar-lhe noticias, dizendo em seguida que a força aqui existente era de 3.500 homens e 16 navios, que era
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional