História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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140 lastos, 2 canhões de bronze e 16 de ferro, 30 marinheiros e 59 soldados; capitão Jan Weandelsz.O sr. João Gijsselingh partiu de Vlissinghen no dia 13 de Outubro, com o navio Middelburgh, 250 lastos, 10 canhões de bronze e 22 de ferro, 100 marinheiros, capitão Pieter Jansz. Domburgh, e o navio de Leeuw, 120 lastos, 2 canhões de bronze e 16 de ferro, 36 marinheiros, capitão Harman Claesz.No anuo seguinte, descreveremos a chegada de ambos ao Brasil.O governador, tendo feito as expedições que já referimos, pretendia não parar com elas, mas levá-las sempre em aumento, tanto quanto as condições do tempo e das suas forças atuais o permitissem, para por esse meio abrandar a obstinação dos habitantes, forçá-los a entrar cm negociações e finalmente obrigá-los a render-se aos nossos. Mas, antes de prosseguir nesse regime, resolveu avisar e exortar outra vez o inimigo e os seus partidários (como já o havia feito) que, considerando os grandes danos que haviam sofrido e os que ainda deviam esperar, se decidissem a render-se aos nossos, em muito boas condições, para prevenir futuros males e infortúnios. Cópia da carta mandada aos habitantes do interior. - Antes desta, já vos escrevemos por várias vezes, movidos por um sentimento cristão, expondo aos vossos olhos os males que provavelmente sobreviriam (se obstinadamente persistísseis em usar armas contra nós e continuásseis a recusar a tratar e a unir-vos conosco) durante a guerra, nos campos e nas vossas moradas, como efetivamente haveis experimentado, esperando que ponderásseis bem, afim de prevenir e impedir tais danos e devastações.Portanto, devemos ser considerados inocentes perante Deus e o Mundo, pela destruição que sofrestes durante essa guerra e o que ainda deveis esperar no futuro, pois sempre estivemos prontos a tratar e manter boas relações convosco, nas melhores condições possíveis, e desse modo vós e o país prosperaríeis e poderíeis gozar em paz os frutos da terra e exercitar livremente a vossa consciência, o que pela vossa obstinação e rancor rejeitastes.Seria justo que (sem mais vos procurarmos) continuássemos nas hostilidades; mas o amor cristão, que temos para com os nossos irmãos em Cristo e porque nos orgulhamos tanto de não derramar inutilmente sangue cristão, devendo prevenir e impedir quanto pudermos e permitirdes, nos induziu ainda a escrever-vos esta, para ver se, finalmente, considerando os vossos fracos recursos e os danos já sofridos e, por outro lado, os nossos progressos e quão fortes somos (pela graça de Deus), para podermos causar-vos danos importantes por todas as partos, estaríeis resolvidos a tomá-la em consideração. Os soldados do rei não podem defender as vossas terras e impedir a vossa ruína total, como bastante o sabeis por experiência; mais do que desejaríamos, e mais aparecerá brevemente, com a graça de Deus, se persistirdes.Não vedes que todo o país nos está aberto, que podemos ir, por todos os caminhos, realizar com pouca gente as nossas intenções e que em parte alguma tendes forças para resistir aos nossos soldados, mas que, onde chegamos, para vós não há senão prejuízos e fuga, sendo atormentados por dois lados, primeiro por vós mesmos, que sois obrigados a incendiar as vossas casas e belos edifícios,