História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38

40 léguas da costa, e no dia 15 o yacht Muyden, para manter-se em frente ao cabo de Santo Agostinho.O almirante Marten Thijsz saiu no dia 19 desse mesmo raiz com o yacht Windt-hondt e mais dois navios, para ver se podia apanhar peja costa alguns navios do inimigo; tomou o rumo do sul, e estava no dia 22 junto à Barra Grande; e, como não visse ali navio algum, tomou a direção do norte, e no dia 25 achava-se junto ao cabo de Santo Agostinho. Viu lá dentro 11 navios portugueses , dos quais quatro caravelas e uma barca estavam prontas a fazer-se à vela, de sorte que procuraram passar, e o almirante capturou finalmente uma caravela carregada com 240 caixas de açúcar, e fundeou com ela, em Março, no Recife. No dia 2 de Março, o governador Wardenburgh saiu à noite com alguma tropa, para fazer uma emboscada ao inimigo; mas este estava precavido, e conservou-se-lhes fora do alcance, de modo que voltaram sem nada ter conseguido. Neste ínterim, chegaram alguns navios da metrópole, com cartas dos XIX, que se queixaram de que nada haviam feito de grande valor e ordenavam com a maior insistência que atacassem o Arraial ou outro lugar de importância. Aos oficiais superiores e capitães foi comunicado o conteúdo dessas cartas, e ficaram incumbidos de dar-lhe cumprimento, e começaram novamente a discutir o que se deveria empreender, para satisfazer as ditas ordens. Alguns do Conselho eram de opinião que a destruição dos engenhos de açúcar e a devastação dos campos não poderiam facilmente forçar os habitantes a pedir a paz, enquanto não se expelisse o inimigo dos seus principais recursos, especialmente das praças situadas na costa do mar, por meio das quais, de vez em quando, recebiam viveres e outros auxílios. De sorte que, tendo-se deliberado bem sobre tudo isso, foi finalmente resolvido, no dia 4 de Março, que se apoderassem, por assalto, do cabo de Santo Agostinho, porque, quanto a tomarem o Arraial, para o que lhes chamavam mais a atenção, os oficiais do exército julgavam por ora impossível.Enquanto se aprontavam para a empresa, foram mandados o almirante Marten Thijsz, o tenente-coronel Steyn-Calenfels, os majores Kray e Bernster, com alguns outros oficiais, para examinar a situação daquela praça; os quais, tendo estado nas vizinhanças da mesma, voltaram no dia 10 e informaram ter achado duas enseadas, onde julgavam que se podiam desembarcar as forças, sem encontrar resistência, urna ao pé do monte e a outra três ou quatro léguas abaixo. No dia 9, deram caça a uma caravela vinda da Espanha, e puzeram-na a pique. No dia 11 chegou da República o yacht de Brack, o qual capturara, na costa do Brasil, uma caravela, carregada com 230 caixas de açúcar e a trouxera consigo listando agora tudo pronto para a expedição, fizeram-se à vela no dia 13 o governador, os conselheiros políticos Carpentier e Walbeck, o almirante, a tenente-coronel Steyn-Calenfels, com 18 navios, a saber: de Geunieerde Provintien, den Hollandtschen Thuyn, de Goude Leeuw, Hollanda, Amersfoort, den Oliphant, Walcheren, Dordrecht, de Pinas, Groeningen, Graef Ernest, Omlandia, Pernambuco, de Brack, de Windt-hondt, 't Wapen van Medenblick, den Vriesschen Jagher, indo embarcadas neles 11 companhias de soldados.