nossa gente, que estava no grande quartel, pegou então em armas, e o tenente-coronel fez disparar um canhão sobre o inimigo, que se retirou em grande confusão. Nos dias 26 e 27, voltou ao Recife o governador, com os navios e as forças, correndo a viagem da forma seguinte: - No outro dia, pela manhã, após a partida do Recife, avistaram o Rio Formoso, onde fundearam às 10 horas da manhã, com 7 braças de água cerca de um quarto de légua fora da costa. Estiveram ocupados nesse dia em desembarcar e por em ordem a gente. Os portugueses, tendo observado os nossos e vendo que não tinham forcas suficientes para repelí-los, atearam fogo a um armazém com 300 caixas de açúcar. Foi examinado o lugar em que se devia construir o fortim, mas o acharam impróprio, porque a praia em que devia ficar não tinha mais largura do que meio tiro de mosquete havia um bosque, e, por detrás deste, um monte que dominava tudo o que se construísse na praia.Os nossos, verificando essas circunstâncias e vendo que não tinham vantagem alguma em ir mais para o interior, partiram dali para a ilha de Santo Aleixo e mandaram a forca para o rio de Serinhaém. Ao chegar, viram que todo o povo fugira, e havia algumas fortificações, completamente imprestáveis, porque não podiam com elas reter o inimigo, visto que este podia ter um caminho livre pelo interior. Reduziram a cinzas cinco ou seis casas que acharam ali e destruíram tudo quanto alcançaram, assim como um excelente engenho de açúcar que estava um pouco mais para o interior. Vejo nas noticias dos nossos que 1.200 caixas de açúcar foram queimadas porque não havia carros ou outro meio de transporte. Embarcaram-se novamente, e tendo deixado em Santo Aleixo os navios Groeninghen e Haringh e mandado o Fortuyn para o cabo de Santo Agostinho, partiram em seguida para a Barra Grande (estiveram, contudo, primeiro em Porto Calvo, fizeram uma expedição à terra, mas só conseguiram 40 rezes, que foram repartidas pelos navios), onde não viram possibilidade para os seus desígnios; queimaram uma das caravelas do inimigo. Continuaram a navegar para Camaragibe, onde desembarcaram e apressaram alguns animais. Mas, como os dois engenhos estavam bem a umas três léguas do rio e cerca de seis léguas do lugar onde tinham desembarcado, não acharam conveniente ir até lá e mandaram a gente reembarcar, regressando para o Recife. Não tendo essa expedição produzido nenhuma vantagem, começaram novamente a discutir o que deveriam empreender agora; e. como a maioria dos chefes do exército propusesse outra vez a expedição a Itamaracá, ficou decidido finalmente aquele projeto, e prepararam tudo para pô-lo em execução.Enquanto estavam nesses aprestos vejamos o que ocorreu no mar.O yacht Pernambuc encontrou, no dia 5 de Fevereiro, o yacht Pater, e reuniu-se no dia 7 ao Fortuyn, o qual capturara perto do Rio Formoso uma caravela vinda de Portugal, Foram juntos com ela para Pernambuco, onde fundearam no dia 21; estava carregada de vinho, figos e passas.No dia 5 partiram o Griffoen e o Pater, com provisões para cinco meses, a cruzar em frente à Bahia, e no dia 7 o navio Munnickendam, para cruzar no sul. No dia 12, saíram o Amsterdam e o Groot Hoorn para cruzar a cerca de
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional