das ilhas adjacentes; estava carregada com 80 pipas de vinho e algumas miudezas. No mesmo dia, discutiu-se no Conselho se deviam empreender alguma coisa contra o cabo de Santo Agostinho; mas nada ficou resolvido.No dia 12, foram mandadas duas companhias de fuzileiros e duas de mosqueteiros para o outro lado do rio atrás do Forte Ernesto; não acharam, todavia, possibilidade do realizar qualquer coisa; ao voltarem, o inimigo atirou do mato sobre eles, ficando apenas um soldado ferido. Continuou a discussão, nesse ínterim, entre os conselheiros e os chefes militares, não achando estes últimos possível e reprovando que assaltassem o inimigo no Cabo de Santo Agostinho e, pelo contrario, propunham que se apoderassem da ilha de Itamaracá, para obterem melhor e mais facilmente a lenha e os refrescos necessários para as forcas. Ao que responderam os conselheiros, perguntando se não se poderiam obter os benefícios, que esperavam de Itamaracá, fazendo uma fortificação atrás do forte Wardenburgh. Este plano não pareceu mau aos chefes militares, e aquela situação foi explorada por alguns, que declararam que a madeira dali não servia para lenha. Foi ao mesmo tempo proposto, pelo major Rembach, que atacassem os Afogados, mostrando ele ser isso exeqüível, se o Almirante pudesse fornecer bom numero de marinheiros, os quais ajudariam a guardar as fortalezas. E, finalmente, foi proposto, pelo conselheiro Carpentier, que se poderia com pouco perigo tomar Rio Formoso e montar ali um fortim, com o que se faria grande mal ao inimigo.No dia seguinte, reunindo-se de novo o Conselho, o almirante declarou que poderia desembarcar uns 700 marinheiros, para tornar possível a expedição ao Arraial ou a Afogados; mas a maioria dos oficiais foi de opinião que se devia por ora deixar descansar um pouco o plano do Arraial e ver o que se podia lazer em Rio Formoso. Pelo que, havendo-se preparado tudo às pressas, o próprio governador, o almirante Walbeck, o tenente-coronel Schutte, os majores Bernster e Schuppen e outros oficiais do exército, embarcaram com 13 companhias, das quais duas eram de fuzileiros, e fizeram-se à vela ao pôr do sol.Os navios eram os seguintes: - de Gheunieerde Provintien, Amsterdam, Amersfoort, de Gulde Leeuw, Zeeuwsche Jagher, de Hope, de Maeght van Dardrecht, 't Wappen van Delft, Munnickendam, de Griffoen, 't Wappen van Medenblick, Groot Hoorn, Omlandia, Vriessche Jagher; o yacht Pater, Oost Chappel e o yacht Pernambuc juntaram-se-lhes em caminho. Durante a ausência deles, os capitães Cloppenburgh, de Vries e mais um outro foram, no dia 22, à cidade de Olinda, com as suas companhias e alguma força de mosqueteiros, levantada às pressas, julgando, pelas informações dos desertores, encontrar duas companhias do inimigo e surpreendê-las; mas, chegando lá, só encontraram dois frades, um negro e dois índios, de sorte que voltaram sem nada ter feito e trouxeram consigo apenas um dos frades. O inimigo, nesse ínterim, espionava as nossas fortalezas na ilha de Antônio Vaz e, atravessando o rio no dia 22, à noite, quando a maré estava no forte da vazante, deu assalto aos redutos situados atrás do forte Ernesto e pretendeu escalá-lo; mas a nossa gente, tendo-o pressentido em tempo, bateu-se valentemente e repeliu-o a clave e pique. O inimigo não se desconcertou, e atirou muitas granadas para dentro do reduto; mas a
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional