S. Jusepe e que o navio do provedor Domingo de Arano, tendo dado três tiros, a capitania e a almiranta se dirigiram para junto dele a prestar-lhe socorro; e ele Mesquita, achando-se perto, viu-o afundar-se, pois fizera muita água; e vira El Rosário, do capitão Balthasar de Espinosa, sem mastros e sem os castelos, assim como o navio de Alonso Suárez em péssimas condições, de sorte que era impossível que escapassem. A almiranta Santa Teresia, capitão Francisco de Supide, estava cheia de água. Disse mais que deixara a esquadra nesse miserável estado no dia 25 de Outubro, a 22° de latitude, e as outras fragatas, que saíram juntamente com ela, se haviam perdido três dias antes, não se sabendo o que fora feito delas. Voltei ao meu navio, o qual corria grande risco, com o vento do norte, de fazer-se em pedaços, e esforcei-me o mais possível por entrar no rio, do qual estava ainda afastado três léguas, afim de repará-lo e seguir minha viagem para Havana. Eis quanto soube e vi até o dia 3 de Novembro; no dia 16, cheguei a Tabasco, onde soube depois o seguinte. No dia 10 de Novembro, o padre da aldeia recebera uma carta do alcaide, que fora até a costa salvar as mercadorias, na qual carta lhe deu notícia de que naquela tarde vira cinco velas correndo para a costa com o vento do norte. Julguei que fossem os navios da esquadra e que eu lhes poderia dar algum auxilio; por isso fui à praia, tripulei o meu bote com 12 marinheiros, e dirigi-me do rio para o lugar, onde, encontrando o alcaide com muita gente, lhes pedi notícias dos navios; responderam-me que cinco navios grandes estiveram perto da praia; mas, soprando o vento à tarde do lado de terra, foram outra vez levados para alto mar, e que acenderam muitos fogos. Como já era meia noite, quando cheguei ali, e estava a umas quatro léguas de Tabasco, fiquei com eles até de manha, para ver se aparecia alguma vela; mas não vi nenhuma, pelo que voltei para o rio, e não sei se aquela gente os teria ainda visto. No dia 14, chegou aqui um mulato, com um índio mestiço de Campeche, e contaram haver encontrado muita gente a pé, na praia, do lado de cá do Champeton, a qual se salvara no bote de uma fragata que dera à costa ali. e que a capitania naufragara perto da outra, e afirmaram com insistência, ante a justiça, ser essa a verdade. Não sei se é certo; mas, considerando-se a horrível tempestade, é muito crivei. Aí está tudo quanto pude saber até o dia 3 de Dezembro''.Deixemos esse capitão de fragata e vamos a outro.Juan de Ledesma assim escreveu ao padre Diego de Sosa, assistente da Companhia de Jesus pelas províncias de Espanha em Roma: "México, 24 de Março de 1632. É certa a perda da esquadra, excetuando-se dois navios (e estes bem maltratados), com a qual se perdeu mais riquezas e gente do que na que foi capturada pelo inimigo; entre os mortos está o marquês de Salinas, além de muitos outros de grande fortuna e posição. Chegou hoje de Cinaloa a notícia de que os selvagens mataram dois dos nossos", etc.Don Francisco Carrello escreveu ao padre Francisco Crespo, em 23 de Dezembro de 1631: "A esquadra partiu do porto no dia 14 de Outubro; mas, poucos dias depois, voltou um navio da mesma. No dia 10 de Dezembro, veio de Campeche a notícia de que a almiranta fora a pique, morrendo afogadas pessoas muito distintas, entre outras o marquês de Salinas, e perdendo-se com
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 38
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional