deve atender-se a que se faz o cálculo sobre a maré, porque do contrário pode facilmente haver qualquer desgosto com os navios grandes.O canal é largo no princípio, si bem que haja alguns escolhos. Quem desejar entrar deve tomar por balisa uma árvore seca, que está nas proximidades do cabo e seguir numa reta em direção a um ponto vermelho, que é bem visível, e uma vez dentro do recife navegar para oeste, até passar a ponta do mesmo recife, a qual se estende para o sul, e então correr para o sul até em frente à aldeia e ancorar onde achar melhor. Mais adiante descreveremos melhor as condições desse lugar. Do cabo de Sto. Agostinho até o Ruygen-Hoeck, como é chamado pelos nossos, ou ponta de Maracaípe, como lhe chamam os portugueses, deve haver duas léguas. Do lado do sul deste cabo o recife começa a avançar no mar cerca de meia légua. Deste cabo ao rio Serinhaém calcula-se haver duas léguas grandes. É este um rio raso e somente bom para yachts, porque nas marés cheias tem no máximo, 5, 6 a 7 pés de profundidade. Da ponta de Maracaípe até um pouco ao sul do rio Serinhaém existe ao longo da costa um sólido recife, que é largo do lado do sul e estreito para o norte. Ao sair de Serinhaém encontra-se no mar a ilha de Sto. Aleixo, que não é muito grande e tem no lado do sul uma enseada, imprópria para a entrada de yachts. Tem também um recife do lado do sul e aí podem entrar navios grandes, pelo sul, e ancorar atrás do mesmo em 5, 6 ou 7 braças d'água, conforme se quiser. Podem também yachts fundear do lado do sul, mas não devem calar muito. Do lado do norte dessa pequena ilha não há ancoradouro, pois o fundo é péssimo.Do Cabo até Sto. Aleixo a costa estende-se na direção de sul quarta a sudoeste.As duas pequenas léguas mais ao sul está o rio Formoso, cuja entrada é por entre dois recifes e tem no máximo a profundidade de 13 pés. É um rio de muita importância, pois os seus arredores produzem grande quantidade de açúcar. Um pouco mais acima neste rio, os portugueses tinham um fortim com 4 peças para impedir a entrada dos nossos yachts e botes. Quem quiser entrar ali deve fazer rumo a um monte despido de vegetação, no qual ha apenas três árvores, e depois a um outro, situado ao sul daquele, o qual tem na extremidade norte uma árvore afastada de todas as outras, e deve conservar esta a oeste até passar o recife do sul e navegar para o sul até franquear o rio, podendo então subir o mesmo tanto quanto quiser. A 3 léguas sul sudoeste do rio Formoso está o rio Una, que é pequeno e impróprio tanto para yachts como para navios, mas tem um ancoradouro para navios e yachts atrás de um recife, que corre quase ininterrupto ao longo da costa do rio Formoso até ali. Quem quiser visitar aquele lugar navegue mais perto do recife e encontrará a entrada. Toda a costa do rio Formoso até o Una é assaz boa, de sorte que quem tem o rio Formoso a oeste-noroeste pode navegar nas proximidades e ao longo da costa. Do porto Una até Barra Grande são duas léguas na direção sul-sudoeste.Barra Grande é uma grande baia, onde podem ancorar, sem perigo algum, mil navios. Tem do lado do mar um sólido recife, por cima do qual
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional