No dia seguinte o comandeur deu ordem para serem retirados do forte os quatro canhões de bronze e os dois de ferro. Todas as fazendas que os espanhóis não puderam levar consigo foram reunidas na igreja, mas era insignificante o seu valor. No dia 28 apareceram uns espanhóis para parlamentar em nome de todos os habitantes e, depois de alguns debates,Prometeram 5.500 reales de oito pela conservação das casas e deram alguns reféns pelo bom pagamento, retirando-se então a nossa gente da cidade e reembarcando nos navios. No dia 1º de março, como o governador, que foi o primeiro a fugir, fizesse alguma dificuldade sobre o pagamento do resgate prometido e o dinheiro ainda não fosse enviado no dia seguinte não obstante ter sido mandado um dos reféns a terra com esse fim), o comandeur aprontou as tropas para desembarcar novamente e reduzir a cinzas toda a cidade, mas antes que assim fizesse, vieram alguns eclesiásticos e trouxeram o que haviam prometido. Calcularam a latitude da cidade em 10 graus e 6 minutos e partiram a 5 de Março. O comandeur, tomando em consideração que as suas provisões lhe não permitiam estacionar por mais tempo naquelas regiões, esforçou-se por avançar para leste, tanto quanto lhe consentiram os ventos. Após alguma demora, chegou e. ancorou com cinco navios por trás do cabo Tiburon, onde os outros vieram ter no dia seguinte. Estando todos os navios reunidos no dia 27 repartiram entre si o espólio.O comandeur estando resolvido a seguir o mais depressa possível para a República, pelas Caicos, fêz-se à vela no dia 3 de Abril. No dia 14 ancoraram todos os navios na baia situada por trás do cabo de S. Nicolau, na extremidade ocidental de Espanhola, e desembarcaram, abastecidas de víveres, todos os prisioneiros que ainda tinham na esquadra e deixaram-nos ir para o interior. Fizeram-se novamente à vela no dia seguinte e navegaram entre Tortuga e Espanhola a 20 graus e 6 minutos ao norte da linha e depois, por entre as Caicos, em direção à República, aonde chegaram no dia 11 de Junho. No mês de Julho deste ano o yacht Brack foi despachado para as Antilhas, saindo do Texel no dia 23 em companhia de 3 navios que se destinavam ao Brasil. No dia 20 de Agosto este yacht se achou a 36 graus de latitude e no dia seguinte avistou uma vela à qual deu caça durante toda a noite, capturando-a no dia 22. Era um navio, vindo do Cabo Verde, carregado, como depois se viu, com 750 couros, 18.000 peles de cabritos, 94 couros marroquinos, 2 9/16 libras de âmbar gris, quatro barris com açúcar e 2.600 libras de tabaco. Levou-o consigo para as ilhas e desembarcou no dia 28 na ilha do Fayal os portugueses e os negros que iam nele e seguiu com sua presa para a República. Chegou o yacht no dia 22.de Setembro a Plymout, onde encontrou um vaso de guerra das Províncias Unidas, com o qual mandou o dito navio português, e partiu do Plymout, mas logo arribou ao mesmo porto. Fazendo-se novamente à vela no dia 24 de Outubro, chegou no dia 10 de Dezembro à ilha Barbados, abasteceu-se d'água e lenha até o dia 16 e zarpou dali; tocando depois em S. Vicente, Granada e Ilha Branca,
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional