História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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próprios espanhóis. A gente do Pinas e do Hart dirigiu-se para lá em; botes, afim de apagar o fogo, mas foi em vão. Também alguns espanhóis foram à beira da praia para ver se podiam dar auxilio ao navio e atiraram violentamente contra os nossos. Essa embarcação estava carregada de couros, índigo e alguma cochonilha. A tarde foi o comandante do Phoenix a.bordo dá almiranta e contou que dera caça na antevéspera a dois barcos, que não pode apanhar por serem muito veleiros, e pela tarde se aproximara de um, navio grande em cujo mastro do velado tremulava uma bandeira, montado com 16 ou 17 canhões e guarnecido com 50 ou 60 homens, o qual após longo combate pegara fogo devido ao bombardeio, recolhendo-se a tripulação a duas fragatas saídas de Havana, navio que suspeitavam fosse de Honduras. Ao por do sol viram novamente da esquadra uma vela a leste quarta a sudeste, pelo que o almirante resolveu distribuir os seus navios, alguns a leste, outros para a frente e o resto a oeste deixaria,afim de cortar o caminho aos navios inimigos que chegassem. O próprio almirante achou-se no dia seguinte em frente a Havana, seguindo a pista de duas barcas que perseguira durante a noite e foram logo cercadas pelas suas chalupas: mas, como estas estivessem muito perto de terra para que ele pudesse ir até- lá com o seu navio, seguiu para o norte a juntar-se aos mais navios. A sota-almiranta também deu caça a um navio que correu para a costa e o yacht Otter perseguiu duas pequenas velas que se escaparam no rio dos Porcos.O vice-almirante incendiou um navio espanhol que estava junto à costa, a leste de Havana, e trazia um lastro de calamina. Mantiveram-se por ali e no dia 20 de Julho mandaram o yacht Otter para a costa das Tortugas afim de que vigiasse a esquadra da Nova Espania e os barcos avisos que viessem. Os restantes navios flutuaram em árvore seca por alguns dias, um dos quais foi destinado a preces. No dia 29 chegaram a esquadra o Blaeuwe. Leeuw, o Edam, yacht Haentjen e o Pegasus, os quais partiram da ilha de Vacca sem ter notícia alguma sobre o comandeur Boon-eter. No dia 1°, de Agosto o almirante ordenou que cada navio trouxesse a lista dos tripulantes, pela qual se verificou, que havia na esquadra 1.888 homens, entre os quais 237 soldados.No dia 3 chegou o yacht Diemen, que fora arrastado de Pernambuco pela corrente e pela tempestade e voltava para a República pelas Antilhas.Chegou igualmente o comandante Jochim Gijsen, que com o seu navio Dolfijn, passando alem de S.ta Marta, se, perdera da esquadra do almirante Pater, tendo ido dar abaixo da Jamaica por estar o navio em más condições para navegar, e, devido a um mau calculo dos pilotos, dera á costa na ilha maior das Caymans. Parou naquela ilha com a sua gente durante seis semanas e nesse tempo construiu com as taboas do navio naufragado um yacht, ao qual deu o nome de Cayman. Viera no mesmo yacht com 122 homens e alguns viveres na esperança de encontrar aqui alguns dos nossos navios ou no caso contrário navegar para a Virgínia e trouxera 4 canhões de bronze e 2 de ferro, tendo ocultado na ilha os canhões restantes. Resolveram