História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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Tertolen, o Otter e a grande chalupa; a 2ª do Oragnien, como vice-almirante, do Geele Sonne e do Phoenix: a 3ª do Zelândia, como sota-almiranta, do Pinas e do yacht fica a 4ª do Zutfen, do Tiger e do yacht Muyden; a 5ª do Nassau do Gitiele Sonne e da Fragata ; a 6ª do liroen-wijf, do Graef Ernest e do yacht Oragnien-Boom; a 7ª do Gonde Leeuw e do Wassende Mane. Estabeleceu as seguintes regras no caso de terem de lutar com uma grande esquadra do inimigo, como a da Terra Firmo ou a da Nova Espania: deviam ocupar-se apenas com os grandes navios inimigos e não dar caça aos pequenos antes de se apoderar dos grandes; o navio que avistasse o inimigo á noite devia avisar os outros por meio de fogos e não dar abordagem antes do sinal do almirante; cada um devia fazer boa mira antes de disparar e ter de prontidão a gente para esse serviço; conservar á mão água e baldes contra o incêndio; colocar os mosqueteiros nos lugares mais convenientes; assim determinou tudo o mais que pudesse servir para causar dano ao inimigo e para a defesa e conservação dos nossos navios. O almirante estabeleceu um prêmio, tanto para os que avistassem primeiro a esquadra do inimigo, como para os que lhe arreassem as bandeiras. A noite foi mandado o Otter com a grande chalupa e a chalupa a remo do Zelândia para o cabo de Sto. Antônio a fim de surpreender os barcos do inimigo que estivessem ali de vigia. No dia 8 de Julho estavam perto do cabo de Corrientes e encontraram um flibusteiro inglês com o seu navio e yacht e juntamente um pequeno navio espanhol que apresara. Souberam pelos espanhóis prisioneiros que D. Frederico partira com 80 navios de Havana para a Espanha no dia 14 do Junho último e fizera voltar apenas 8 galeões para passar o inverno em Cartagena. Tivera notícia, antes de partir, da tomada de Olinda. No dia seguinte à noite avistaram o cabo Sto. Antônio e, como não encontrassem ali o Otter e a chalupa, o almirante mandou o yacht Hart procurá-los. No dia 10 á tarde avistaram os Órgãos a leste quarta, a sudeste e houve calmaria. Voltaram no dia seguinte á tarde o Otter e a chalupa. No dia 12 estavam a 24 graus de latitude e reinou calmaria. No dia 14 viram a 9 ou 10 léguas a sudeste a Coroa, na ilha de Cuba. No dia seguinte á tardo avistaram dois navios e dispararam alguns tiros de canhão, pois era de suspeitar que fossem espanhóis, e tomaram o rumo da costa a fim de lhes cortar o caminho para Havana, mas, como o vento soprasse do sul, tiveram de voltar. Ao anoitecer a gente da almiranta viu que daquele lado havia um grande clarão e calculou que fosse um navio incendiado. No dia 16 o almirante com a maior parte da esquadra esteve defronte de Havana, bem próximo de terra, pelo que houve ali grande alarme e dos fortes atiraram violentamente contra os nossos navios, sem todavia lhes fazer dano. Estavam surtos no porto nessa ocasião apenas 6 ou 7 navios pequenos. Os nossos se mantiveram por um momento ao longo da costa e depois se fizeram ao mar c viram perfeitamente o inimigo marchar para um certo fortim construído havia pouco tempo a uma légua a oeste da cidade. Ao meio dia avistaram uma vela que vinha do mar para terra, deram-lhe caça imediatamente e, ela passou adiante dos nossos, encalhou na costa e foi incendiada pelos