navios que o haviam precedido, mas. como a noite já estivesse adiantada e se haviam de cansar toda a noite cruzando ali, mudou de idéia e encarregou somente o yacht Oragnie-Boom desse serviço, devendo navegar pela manhã para Barbados e ir reunir-se depois á esquadra na ilha de S. Vicente. No dia seguinte, cerca do meio dia, avistaram S. Vicente, onde ancoraram à tarde na baia chamada de Sto. Antônio. Os selvagens que habitavam a ilha trouxeram a bordo uma carta' do comandeur Dirck de Ruyter, dizendo que estivera naquele porto no dia 21 de Maio e referindo que o Walcheren e o Wilte Leeuw haviam partido no dia 26 de Novembro do ano passado, que o yacht Armuyden se fizera á vela no dia 13 de Março e que ele próprio partira no dia 30 de Maio para a ilha Branca e dali tinha a intenção de navegar para a ilha de Vacca. No dia 6 ao meio dia voltou o yacht Oragnie-Boom para junto da esquadra; falara com o governador inglês em Barbados e soubera por ele que o almirante Pater estivera ali em Novembro do ano passado. Informou também que na mesma ilha habitavam uns 3.900 ingleses, inclusive 40 mulheres, e que se ocupavam no plantio do tabaco, não estando agora, em conseqüência da pequena colheita de mandioca, bem providos de viveres, mas esperavam qualquer dia socorros da Inglaterra.Como vinham diariamente muitos navios á ilha de S. Vicente, havia escassez de galinhas e os gentios só queriam vendê-las muito caro, de sorte que a nossa gente apenas conseguiu um pouco de bananas e pacovas, o que não constituía suficiente aprovisionamento. O almirante, achando não ser conveniente demorar-se ali, partiu no dia 8 de Junho, depois de fazer provisão de água e lenha. Chegando fora da baia, avistou duas velas que falaram para o Wassende Mane e eram os yachts Vos e Ouwerkerck. Quando o almirante se achava ao sul da ilha, chegou o yacht Phoenix, cujo capitão veiu ter com aquele e o informou de que os três yachts mandados de Pernambuco para cruzar em frente á Paraíba, onde se mantiveram por 10 dias e de onde, devido ao mau tempo, depois de cada um perder uma ancora e a respectiva amarra, foram arrastados para o norte, não podendo mais alcançar aquele porto se dirigiram para ali. O almirante ordenou ao capitão do Phoenix que se juntasse á esquadra e avisou aos outros dois com um tiro para que fizessem o mesmo, apesar do que eles foram ancorar dentro da baia. A esquadra tomou o rumo de sudeste quarta de oeste e oeste-sudeste para a ilha Branca, a qual avistou no dia 10 e ancorou ao meio dia a 6 braças em um fundo pedregoso. Foram mandados imediatamente alguns homens a terra para caçar cabritos, mas muito poucos apanharam, porque os animais, devido ás continuas visitas de navios se haviam tornado muito ariscos e também diminuído em número. Encontraram perto da praia um poste com um aviso que dizia haver o comandeur De Ruyter partido dali no dia 7 de Junho.No dia seguinte foram outra vez a caça e apanharam cerca de 150 cabritos e repartiram-nos pela esquadra. Colocaram nesse ponto, como aviso aos navios que estivessem a procura-los, um escrito em que diziam o dia da partida e que navegavam para a ilha de Vacca, e á tarde se fizeram novamente á vela, tomando rumo de noroeste. No dia 14 avistaram as ilhotas
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional