Os outros foram postos do outro lado do rio com as suas armas. O comandante desse forte era o capitão Antônio de Lima.Na mesma ocasião foi mandado um bote ao fortim, que fica do outro lado na ponta do recife, para perguntar si a sua guarnição queria render-se sob as mesmas condições. Pediu esta um prazo de 3 dias para escrever ao governador Albuquerque, mas, como tal proposta fosse peremptoriamente recusada e não visse saída alguma, cercada como estava, concordou finalmente na rendição pelas 5 horas da tarde, sendo removida dali e transportada para a terra firme em número de 50 homens, cujo comandante era Manuel Pacheco de Aguiar. No primeiro forte, S. Jorge, foram encontradas 24 pecas de ferro, algumas que atiravam 10 e outras 5 libras de ferro, 1 peça de bronze, que atirava 8 libras, e cerca de 4.000 libras de pólvora; no segundo 15 pecas de bronze, marcadas com as armas de Portugal e algumas com as armas de Filipe II e III, sendo a maioria delas de tamanho regular, uma colubrina que eslava posta de lado por imprestáveis 14 barris de pólvora, cada um de 120 libras, úmida e estragada em parte e juntamente outras munições de guerra.Aos 3 de Março, depois de se fazer uma publica ação de graças pela vitória que Deus concedera, foi mandado o tenente-coronel Steyn-Calenfels em exploração á ilha de Antônio Vaz, situada em frente á aldeia do Recife, da qual estava separada somente por um rio e onde havia um belo convento. Aquela ilha se estende para o sul até o rio Afogados, pelo qual fica separada da Várzea, e do lado de oeste está separada da terra firme pelo mesmo rio, que vem do interior do país. O tenente-coronel, chegando á ilha, não encontrou pessoa alguma, de modo que se apossou do convento sem travar combate. No mesmo dia, depois de se ter desembaraçado o canal da entrada do porto, alguns navios e yachts lá penetraram e todos os batalhões foram até o Recife, onde ha um lugar excelente, não somente para desembarque, como também para por os navios em querena e os reparar.No dia seguinte os 40 soldados presos, depois de prestar o juramento" foram enviados para a terra firme. E no mesmo dia entrou o yacht Phoenix comboiando um navio que aprisionara, procedente da Baia de Todos os Santos e carregado com 310 caixas de açúcar, 10 caixas de tabaco e alguns barrizinhos de gengibre confeitado. No dia 5 uns 15 soldados da companhia do coronel, que tinham sabido a buscar algum gado no campo, foram atacados por 70 portugueses e, ainda que se tivessem batido com valor e houvessem posto por terra 15 homens do inimigo, tiveram de voltar trazendo 4 mortos. A tarde partiu o capitão Daye com cerca de 100 homens. Os portugueses procuraram iludi-lo e atraí-lo a uma emboscada por meio de 40 bois que soltaram, mas ele, percebendo o plano, se acautelou e após uma seria escaramuça, pois o inimigo sofrem urna perda de 14 ou 15 homens mortos, voltou sem perda alguma. No outro dia foi despachado para a metrópole afim de levar notícias do Brasil, o que até então não havia feito, o yacht Brach, que conduziu 31 caixas de açúcar. No dia 9 foi aprisionado um pequeno navio do inimigo carregado de sal e peixe. A 10 a nossa gente guardou o dia, a fazer
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional