óleo, azeitona, e todas as espécies de seda e panos bordados a ouro e prata. O Salamander guarneceu-o com gente sua e foi com ele para S. Vicente. Nesse ínterim o General, prosseguindo na sua viagem, viu no dia 3 de Setembro as ilhas de Cabo Verde e chefiou no dia seguinte com sua esquadra a S. Vicente, uma daquelas ilhas. Encontrou ali os quatro navios da Zelândia, com o iate Swarlen Ruyter, Salamander e os dons iate que chegaram como patacho capturado. O General mandou reparar o patacho para que pudesse prestar serviço, guarneceu-o com 10 canhões de ferro c entregou o seu comando a Claes Adriaensz de Geest. A gente começou a sofrer muito de oscorbuto e de outras moléstias, fazendo-se sentir a necessidade de renovar as provisões. Encontraram poucos cabritos em S. Vicente e apenas algumas tartarugas e peixe, o que foi depressa consumido. O General, estando muito ancioso para socorrer a sua gente, mandou alguns iate comprar gêneros e obteve mais alguns, utilisando-se dos que encontrou no pequeno navio capturado, com o que os doentes logo se restabeleceram.Mandou concertar pelos carpinteiros o mais depressa possível as chalupas e fez aprontar tudo o que era preciso para a realização da sua empresa montando duas forjas, onde se trabalhava constantemente em artigos de ferro.No dia 6 de Setembro chegaram lá o iate Stadt en Landen, o navio Groeninghen Swaen, navio da Zelândia, que capturara junto a ilha da. Madeira um barco que chegou muito a propósito, carregado somente de barras de ferro.Achavam-se nessa ocasião reunidos todos os navios que primeiro haviam saído da República, em número de 27, e mais dois capturados. A Companhia tivera idéia de mandar a parte restante da esquadra e das tropas logo depois da que já havia mandado, aprontara os navios e iate e alistara soldados; mas quando S. A. o Príncipe de Orange, com todo o exército, estava acampado diante da cidade de Bois le Due, o inimigo bateu de improviso as tropas do imperador, junto ao Arnhem. no Veluwe, e em seguida marchou contra Amersfoort que se rendeu sob condições, o que por ser inesperado causou grande pavor na República. Não era portanto ocasião oportuna de mandar tropas para fora do país e assim essas foram levadas para Utrecht e outros pontos a serviço dos listados Gerais para a defesa, das cidades e praças fortes mais próximas. Além disso a Companhia, contribuiu com tudo o que aprontara de munições o de outros artigos a bem do interesse geral, como todos os patriotas devem proceder em tais emergências. Por essa circunstancia a sua empresa ficou muito atrasada e o General teve de estacionar muitos meses infrutiferamente com a sua gente em S. Vicente. Mas aprouve ao bom Deus livrar a República dessa grande consternação mais depressa do que ousavam esperar e sem o menor obstáculo no cerco de Bois le Due: primeiro pelo feliz assalto de surpresa á cidade de Wesel, sucesso que desconcertou os inimigos e os fez deixar sem demora a Gueldria. e depois pela conquista da praça forte de Bois le Due, a qual se rendeu mediante acordo, no dia, 4 de Setembro, a S. A. o Príncipe de Orange.A Companhia receando não sem motivo que o General, aborrecido de
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional