baixa, á flor d'água, avistando-se porem para o interior alguns montes altos. Nada observando ali, partiram outra vez para Mona, onde ficaram cruzando até o fim do armo.Voltemos agora ao almiranta Pater, que deixamos em Barbados.Partiu no dia 19 de Novembro com o vice-almiranta Marten Tijsz com os navios ligeiros Dolfyn, Tiger, Zeeuwsche, Jagher, Vriessche Jagher, Kaífe, Zuydt-Sterre, Zee Ridder, Rave e Cabannas (como se chamava o barco capturado) e as chalupas do dry Koninghen e do Grifoen e com a maior parte dos soldados de todos os navios que estavam sob as ordens do almiranta. No dia seguinte pela manhã estavam ali graus e 4 minutos de latitude, no dia 21 a 9 graus e 48 minutos e no dia imediato avistaram o continente da América e ancoraram a oito braças sobre um fundo de argila. No dia 23 levantaram ferro e navegaram mais perto da costa, mas ao meio dia, só tendo encontrado duas e meia braças de fundo lamacento, fizeram-se novamente ao mar e acharam depois pela sonda cinco braças de fundo e aí fundearam. No dia seguinte verificaram estar em frente ao rio Orenoco e conseguiram que um índio daquela região viesse a bordo para os guiar na navegação do rio. Fizeram-se á vela no dia 25 e foram ancorar em 3 e meia braças d'água. Ficaram ali dois dias e no dia 28 encontraram um Espanhol de S. Tomé da Guyana, mas deste não obtiveram informação útil. No outro dia partiram para o mar e lançaram ferro a cinco braças de fundo. No dia 30 fizeram-se á vela e chegaram á tarde ao rio Orenoco, ancorando a 10 braças em fundo de argila.A foz desse rio para o qual se dirigiram está situada a 8 graus e meio de latitude. Vêem-se á entrada algumas ilhotas. No dia 1 de Dezembro fizeram-se á vela, mas pouco avançaram devido á calmaria e fundearam á tarde a 5 braças d'água. No dia seguinte continuaram a navegar e fundearam novamente à tarde. Todos os navios tiveram ordem de ter prontas suas âncoras com as espias curtas para ajudar a passar uma ponta que se estende à leste em direção ao vento. No dia 3 dobraram o cabo, mas alguns navios encalharam por ser ali raso. No dia 4 ficaram parados por causa da calmaria e da chuva. No outro dia, tendo-se reanimado a brisa, navegaram outra vez, mas á tarde tiveram novamente de fundear por falta de vento. E assim continuaram navegando de dia e fundeando á tarde até o dia 10, quando encontraram 14 pés d'água em bom fundo de areia. No dia seguinte pela manhã continuaram a navegar e pelo meio dia avistaram a pequena cidade de S. Tomé. Estavam depois do meio dia á distância de uma légua. Os habitantes da cidade, vendo chegar os nossos e não lhes podendo oferecer resistência, atearam fogo ás casas. Os nossos ancoraram ás 5 horas da tarde, dispararam alguns tiros de canhão, desembarcaram todos os soldados e entraram na cidade apressando-se em apagar o incêndio. Aquartelaram-se e colocaram sentinelas contra o ataque dos espanhóis e durante a noite tiveram de pegar em armas umas trinta vezes, porque o inimigo tentava passar, rastejando pelas sentinelas. A pequena cidade estava situada junto à margem de um riozinho próximo a um monte. Havia no meio do grande rio
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional