os quais haviam deixado Londres em Julho. Alguns dos ingleses foram a bordo do Wite Leeuw e contaram aos nossos que havia três meses que Dom Frederico de Toledo estivera na ilha de S. Christovam com 38 navios de guerra e 3 navios hamburgueses carregados de provisões e encontraram 9 navios ingleses que logo atacaram. Estavam fundeados em Sto. Eustaquio 10 navios franceses, que apenas os avistaram se foram embora.Dom Frederico desembarcou em seguida em S. Christovam e, como os ingleses não fizessem resistência confiando na paz que existia entre o seu rei e o da Espanha, os espanhóis destruiram-lhes o forte e tudo que encontraram. Os franceses que estavam estabelecidos em um outro ponto da mesma ilha minaram o seu forte e também puseram alguma pólvora nas casas e, vendo que a força era muito grande para poderem resistir, fizeram saltar tudo morrendo na explosão alguns espanhóis. Em represália os espanhóis mataram todos os franceses que apanharam.Com os ingleses Dom Frederico procedeu astuciosamente (assim contaram eles). Declarou que qualquer poderia partir com o fumo que lhe pertencesse e as famílias poderiam ir com os seus bens para a Inglaterra e que alem disso todos deviam apresentar o fumo para ir despachado com a sua marca. Os ingleses acreditando nisso trataram de colher e pôr no porto aquele produtos, mas, depois de o ter recebido, ele mandou recolhe-lo todo aos seus navios, dizendo que era propriedade do seu amo e não deles e que não quebrava a sua promessa tomando para este o que lhe pertencia. Segundo o que disseram, havia bem umas 500.000 libras de tabaco. Fez depois disso todos os ingleses que ali habitavam embarcar em seis dos nove navios de que acima falamos, acompanhando-os um dos hamburgueses e deixou-os ir embora, guardando consigo os outros três navios, juntamentente com 500 ou 600 homens dos mais valentes, elevando-se a 2.000 o número dos que foram repatriados. Dom Frederico tinha, segundo o calculo deles, uns 12.000 homens em sua esquadra, para com ela garantir todas as praças fortes nas índias Ocidentais, tal era o medo que o rei da Espanha tinha das esquadras da Companhia das índias Ocidentais. Isso é o que os ingleses referiram.O Comandeur fez-se á vela de Nieves no dia 2 de Dezembro e ancorou no dia seguinte ao lado do sul da ilha de S. Martin. No dia 4 partiram dali tomando rumo norte quarta a noroeste e ancoraram junto á ilha Anguila, situada a 3 ou 4 léguas ao norte de S. Martin, uma terra plana, que se estende de leste a oeste, e, fazendo-se novamente á vela, passaram depois do meio dia a ilha Sombrero, uma ilhota baixa e rasa. No dia 7 ao meio dia avistaram as ilhas situadas a leste de Porto Rico e, continuando a navegar ao longo da costa da grande ilha de S. João. avistaram no dia 10 á tarde a ilhota da Mona e detiveram-se por algum tempo entre Mona, Monico e Zacheo e fundearam finalmente junto a Mona. Não vendo perto dali nenhum navio ou barco Espanhol, tomaram o rumo de Espanhoa, e no dia 23 avistaram o cabo Del Engano a extremidade oriental de Espanhoa, que estava distante d'eles cerca de três léguas ao norte, quarta de nordeste. Esse cabo é uma ponta
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional