História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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uma ilhota de tamanho regular. No dia imediato o almiranta tratou urgentemente de mandar procurar todas as fazendas que não houvessem sido danificadas pelo fogo ou avariadas e traze-las para a frente da sua tenda. No dia 13 puseram o tabaco em pipas vazias e levaram-n'o para bordo. No outro dia arrasaram as casas que ainda estavam de pé e destruíram tudo na cidade e. como o almiranta visse não haver mais utilidade em permanecer ali. embarcou a sua gente e ás três horas da tarde fizeram-se á vela e ancoraram á noite. Assim prosseguiram navegando e ancorando, algumas vezes encalhando e novamente flutuando. No dia 28 saíram do rio Orenoco. No dia seguinte tendo tomado o rumo de nordeste quarta de leste, estavam ao meio dia a 9 graus e 2 minutos e avistaram quatro ilhotas. O almiranta embarcou no Zee-Ridder, para melhor explorar a costa. No dia 30 navegaram bem junto á costa da ilha de Trinidad e fundearam á tarde a 10 braças em um fundo de argila. No dia seguinte fizeram-se á vela com o rumo de leste quarta de nordeste ao longo da costa da ilha e cerca de três horas da tarda, estando entre o continente e a Trinidad, fundearam a 8 braças junto à Punta del Gallo. Deixemos aí o almiranta para prosseguirmos com a descrição da sua, viagem no livro imediato. A Companhia, achando-se agora bastante prospera por ter capturado a esquadra da Nova Espanha e pelas presas feitas pelo Comandeur Dirck Symonsz. van Uytgeest e por outros, do que já fizemos menção, e tendo adquirido tantos meios para prosseguir nos seus desígnios sobre as possessões do rei da Espanha, começou a tratar de saber qual delas devia conquistar. Varias regiões da América foram lembradas, mas, depois de refletirem bem, lançaram as vistas sobre o Brasil. Algumas ou Iras praças foram então indicadas e não devemos menciona-las, para não prevenir o inimigo, podendo ser que Deus ainda forneça ocasião á Companhia para por em execução esses projetos. As razões para a conquista do Brasil foram na maior parte as mesmas que moveram a Companhia a atacar e conquista a Baia. Não acharam de bom conselho fazer segunda tentativa no mesmo ponto por causa de alguns embaraços e principalmente porque, estavam ali prevenidos e assim foi deliberado que se dirigissem ao norte do Brasil e especialmente a Pernambuco, por causa da sua situação e do rico trafico que ali se faz do açúcar e do pau-brasil. Para dirigir essa expedição foi escolhido pela Assembléia dos XÍX para General da esquadra o bravo Hendrick Loncque, o qual como almiranta sob o comando do General da esquadra, Pieter Pietersz. Heyn o ajudara a capturar no ano passado a esquadra da Nova Espania. Agora o General Pieter Pietersz. Heyn foi nomeado vice-almiranta da República. Para almiranta foi escolhido o bravo herói do mar Pieter Adriaenz. Ita e para vice-almiranta Joost van Trapen, apelidado Banckart. Outros bravos oficiais, como Dirck Symonsz. foram também designados. Como chefe ou coronel das tropas foi escolhido o gentil homem Diederigh van Waerdenburg, sendo também escolhidos três tenentes coronéis e um sargento mor.Foram mandados muitos navios para essa empresa em varias épocas (não se puderam aprontar todos tio mesmo tempo e partiram da República,