História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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podiam dizer. O navio Fortuyn tendo sido informado que o almiranta Pieter Adriaenz estivera aqui com a esquadra, partiu a 10 de Maio surgindo a 12 na ilha de S. Christovão. Levantando ferro no dia 14, achou-se a 16 perto das ilhotas chamadas Virgens e nesse ponto avistou uma pequena vela estrangeira, à qual deu caça. Cerca de duas horas antes do pôr do sol mandaram a chalupa e o iate Zuydt-Sterre que estava com eles, encarregando-os de perseguir durante toda a noite o pequeno, navio que ia navegando entre as Ilhotas e os abrolhos. Como aquele lugar é cheios de parcéis e baixos, torna-se necessário bordejar para navegar entre eles, o que não pode ser feito por navios maiores sem os arriscar muito. O iate e a chalupa seguiram a pequena embarcação durante toda à noite o viram-na pela manhã quando era rebocada á. força de remos para junto à costa, pelo que mandaram até lá a chalupa. Os espanhóis, percebendo isso, encostaram a barca, junto a uma aldeiazinha e fugiram para terra (distante dali um tiro de pistola) com tudo o que puderam levar. Os nossos retiraram o naviozinho, que não tinha nome algum, perdendo-se duas ancoras, e chegaram no dia 18 de Maio onde estava o navio Fortuyn . Encontraram na barca 10 vasilhas de vinho, 20 com banha de porco, 124 couros e também algum sal e, quando acabaram de descarregar os couros, meteram-na a pique. Saíram bordejando pela barra, tomaram o rumo da Espanhola, navegaram ao longo da costa norte dessa ilha, depois contornaram o Cabo S. Vicente e finalmente juntaram-se à esquadra, como já foi descrito.No ano anterior a Companhia Privilegiada das Índias Ocidentais equipara mais uma esquadra para navegar pela costa do Brasil sob o comando do bravo herói do mar Dirck Symonsz, van Uytgeest, que desempenhou bem a sua comissão. Para a formação da esquadra contribuíram diversas Câmaras. Amsterdã forneceu os seguintes navios: o Geele-Sonne , como almiranta, do 150 lastros, 2 canhões de bronze e 22 de ferro, 118 marinheiros; o Otter , 19 lastros, 16 colubrinas, 71 homens, capitão Cornelis Cornelisz. Jol, notável pela sua bravura, também conhecido por Perna de Pau, por haver perdido unia perna em combate naval, andando tão bem com outra de madeira que mal se percebia o defeito, e era tão ágil a bordo como qualquer; o Steur , 90 lastros, 14 colubrinas, 64 homens, capitão Jan Tijsz. Pal; o Windt-hondt , 60 lastros, 10 colubrinas, 50 homens, capitão Claes Hendricksz; o Bruyn-visch , 60 lastros, 8 colubrinas, 40 homens, capitão Huygh Jacobs; o Duyfken , 30 lastros, 8 colubrinas, 27 homens, capitão Reynier Pietersz. Os seguintes foram aprestados pela Câmara da Zelândia: Ter-Yeere , 90 lastros, 14 colubrinas, 73 homens, capitão Jacob Hendricksz. Lucifer: o Swane , 30 lastros, seis colubrinas, 43 homens, capitão Wilem Canniel. A Câmara do Mosa forneceu o Roode Leeuw , como vice-almiranta, 120 lastros, dois canhões de bronze e 18 do forro, capitão Cornelis Cornelisz. Os que seguem foram mandados pela Câmara do Distrito do Norte t'Wapen van Hoorn , 110 lastros, 20 colubrinas, 80 homens, capitão Jacob Jansz. Duynkercker; o Enchuyser Maeght , 110 lastros, 20 colubrinas. 78 homens, capitão Dirck Tijsz. A Câmara de Groninga equipou o Graef Ernest ,