História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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uma hora depois descaíram para terra e mal começaram a navegar, à distância apertas de dois cabos, acharam-se sobre quatro braças de fundo, do que resultou ficarem três navios encalhados, mandando o almiranta duas chalupas para os ajudarem.O Kater safou-se logo, mas a sota-almiranta estava muito enterrada e só se pode livrar no dia seguinte. Estavam na latitude de 22° 20' e devia tomar-se cautela porque os baixos se estendem até longe da barra.Viram a Coroa em 4 de Julho pela manhã e Cornelis Huyghen com o Noordt-Sterre e duas chalupas foi mandado para as vizinhanças da costa para ver qual o estado de cousas e só voltaram no dia 9, tendo avistado no dia 6 uma barca pequena, que os espanhóis puseram a pique antes de a ter alcançado, da qual tiraram ainda 20 couros e um pouco de carne seca, achando-se alem disso carregada de tartarugas.Viram depois disso uma outra barquinha, que os espanhóis trataram do por a pique, na qual ainda os nossos encontraram algum peixe seco, um pouco de penas e algodão, quase tudo molhado. No dia 11 o Noordt-Sterre e as ditas chalupas trouxeram uma pequena barca que capturaram junto à costa vinha, de Sisal (um portosinho de Yucatan) carregada de cacau e de algum cordame destinado a um galeão, que estava em construção em Havana. Soube-se por essa gente que os navios de Honduras ainda não haviam chegado e que o Governador de Havana, tendo recebido aviso de que havia muitos doentes a bordo, mandara duas fragatas carregadas de soldados para reforçar as suas guarnições. Também declararam que na esquadra, que devia chegar dentro em pouco da Nova Espanha, havia dois poderosos galeões e uns 10 ou no máximo 11 navios bem montados. Depois de retiradas as fazendas da pequena barca, incendiaram-na. Levaram depois a cruzar ora nas vizinhanças de Porto de Gavannas e da Coroa, ora perto de Havana, até ao último de Julho. Acharam-se então a seis léguas ao norte quarta de noroeste de Havannas. Ali avistaram o iate Noordt-Sterre e as já citadas chalupas que estavam ocupadas em dar caça a uma barca, razão pela qual a esquadra teve de esperar. A barca foi capturada pelo iate ao meio dia e trazida à esquadra; vinha com 13 dias, de Honduras, e trazia uma carga de 500 couros e 100 pacotes de salsaparrilha.Disseram que os dois grandes navios, que estavam à vista, eram a almiranta e vice- almiranta de Honduras, que uma tinha 250 homens e a outra 200 e que cada uma estava provida de 20 canhões.No dia 1 de Agosto tornaram a avistar os dois grandes navios, mas estavam muito chegados à terra e não distavam mais de duas léguas a leste de Havana. Todos os nossos navios estavam a sotavento e a nossa almiranta era o que eslava mais ao mar. Os dois navios espanhóis tencionavam passar entro a costa e os nossos e refugiar-se em Havana, tendo grande probabilidade de o fazer; mas o Leeuwinne que era o mais veleiro dos nossos conseguiu colocar-se a barlavento e o Fortuyn a sotavento, assim como o Dolfijn , e estando os três tão perto da costa era impossível que com tal obstáculo os navios espanhóis pudessem passar. Se não fora a considerável