História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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barca portuguesa que vinha de Pernambuco, com 36 negros. A gente foi posta nos navios e a barca foi metida a pique. E, fazendo-se à vela, seguiram com rumo à Espanhola, a qual avistaram no dia 26, chegando dois dias depois e ancorando junto aos outros na ilha de Vacca. Juntou-se-lhes no dia 8 de Maio o navio Eendracht , que partira de Mosa no dia 12 de Fevereiro. Encontrou esse em caminho um navio português carregado de negros e deu-lhe um tiro que infelizmente o pôs a pique. No dia 11 saiu a esquadra desse ponto e tomou o rumo do sul em direção à costa do continente, da qual no dia 17 chegou a avistar uns altos montes, algumas léguas a leste de S.ta Marta. Aí se separaram em três divisões: a primeira compunha-se do Walcheren , do Eendracht e do Vriessche Jagher ; a segunda do Dolfijn , Leeuwinne e Cuba (este chegara ultimamente) a terceira, do Kater , Noordt Sterre e duas grandes chalupas. Os últimos deviam manter-se junto à costa e os outros mais para o alto mar. Separados uns dos outros pelo mau tempo, reuniram-se novamente depois. O Dolfijn com o Leeuwinne tomaram no dia 28 o rumo da Espanhola e chegaram no último dia de Maio mais uma vez à ilha de Vacca. No mesmo dia o almiranta partiu e surgiu no dia 3 de Junho em Espanhola junto ao Porto Jaquimo. Os outros, entrementes fizeram-se à vela para o cabo Tiburon, onde o Fortuyn juntamente com o Zuydt-Sterre acabava de chegar. Estes dois haviam partido da Zelândia no dia 3 de Março, nada podendo fazer em caminho, a não ser o apresamento, nas vizinhanças de Porto Rico, de uma barquinha carregada de gêneros alimentícios. Desta maneira no dia 4 todos os navios estavam juntos no cabo Tiburon. Aí ha um bom porto para refrescar os navios não só de amimais, como também de laranjas, assim como ha boa água e um bom fundeadouro. No dia 8 seguiram dali, tomando a direção de Cuba. Os iates Kater e Zuydt-Sterre e uma grande chalupa foram mandados ao porto de Santiago de Cuba a fim de ver se podiam surpreender e captura o navio que ali vai todos os anos buscar a carga de cobro para levar para Havana. Acharam porem a barra tão estreita e tão fortes vagas que não ousaram entrar com os iates, mandando entrar só a chalupa para observar a situação. A mesma ao regressar informou que havia três navios e uma barca fundeados no porto, junto ao forte. Assim os iates voltaram a reunir-se aos outros navios e navegaram juntamente para as Caymans e dali seguiram para os cabos de Gorrientes e Sto. Antônio. Enviaram o Kater e o Noordt-Sterre adiante com duas chalupas com o fim de surpreenderem uma ou outra barca espanhola, obterem informações da situação do país e saberem quais os navios esperados. No dia 20 chegaram à vista do cabo Sto. Antônio e os citados iates voltaram sem nada haver conseguido.Entraram depois um tanto mais no golfo do México e chegaram as águas das Tortugas, mas o vento soprando mais forte levou-os além e no dia 29 tornaram a avistar a ilha de Cuba e resolveram cruzar defronte delia entre os montes Órgãos e rio de Porcos e no dia 1 fazer orações a bordo da esquadra. A volta da tarde não se podia das vergas avistar a terra, de sorte que ao levantarem ferro, os navios foram levados para sudoeste e por isso