História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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distintamente a entrada. Ficaram cruzando nas vizinhanças por alguns dias. No dia 14 fundearam junto à ilhota de Sta. Catarina, situada perto da costa da Espanhola. Acharam que era muito pedregosa; tem, no entanto, boa água e não tem outros animais a não serem aqueles a que chamam Leguanes. O lado do norte não dista mais de meia légua da grande ilha, de modo que os que vêm do mar a confundem com a outra. Partiram novamente dali no dia seguinte e no dia 10 foram bordejando até chegar a uma légua distante da ponta ocidental da ilha de Savona, de sorte que ancoraram outra vez junto á mesma, dia ainda. Parte da gente desceu em terra para caçar alguns animais, mas não apanhou nenhum, de sorte que é de crer que poucos lá houvesse. Partiram novamente no dia 20 e seguiram ao longo da costa sul da ilha Espanhola perto da ilha de Vacca e fundearam no dia 25 por traz da mesma. O Vice Commandeur Hans Abbouts partiu com o seu navio, o Leeuwinne e o Vriessche Jagher e mais duas grandes chalupas no dia 2 de Abril da citada baia da ilha de S. Vicente e ancorou no dia seguinte em uma baia da ilha Granada. No dia 5 a chalupa do Leeuwinne com 15 homens e um grumete dirigiu-se á terra para pescar com arrastão em uma enseada, perto do navio, e não estando de volta ao meio dia, como lhes fora ordenado, começaram os de bordo a desconfiar que lhes houvesse sucedido qualquer desgraça, razão pela qual depois do meio dia mandaram á terra a chalupa grande para se informar sobre a gente. Chegando ao lugar, acharam, flutuando no mar, um cadáver completamente nu, o qual trouxeram para bordo, podendo então bem imaginar o que sucedera. Mandaram lá outra vez a chalupa biscainha , juntamente com o bote do Vriessche Jagher , com alguns homens armados, que, voltando á tarde, disseram ter ido ao lugar em que a gente estivera pescando, sem poder encontrar nem os marinheiros nem a chalupa, sendo bem de presumir que todos houvessem sido assassinados pelos selvagens. Mandaram no dia seguinte procurá-los outra vez, não obtendo entretanto notícia alguma sobre o seu destino. Fizeram-se à vela na mesma tarde e no dia 8 chegaram á ilha Branca, onde apanharam alguns cabritos e partiram ainda de dia. O Vriessche Jagher foi mandado com uma chalupa para cruzar entre as ilhas e a terra firme até 6 de Maio e depois navegar para o Gabo de la Vela e dai dirigir-se à ilha de Vacca onde se devia reunir à esquadra.Os outros deviam nesse mesmo tempo manter-se por fora das ilhas e cruzar juntos até ao cabo Goquibocoa e Baia Funda. No dia 15 estavam os navios junto ao cabo Goquibocoa, onde se lhes reuniu o Vriessche-Jagher o ancoraram no dia 17 em Baia Funda. No dia 19 fizeram-se novamente á vela e bordejaram, esforçando-se quanto possível para chegar ao cabo de Goquibocoa, onde resolveram parar.No dia seguinte chegou ali o iate Kater com uma carta do Comandeur Pieter Adriensz., na qual ordenava que fossem sem demora para a ilha de Vacca.No dia 21 navegaram juntos para o Cabo de la Vela e ai ancoraram. Reuniu-se-lhes nesse ponto o Vriessche Jagher , o qual capturara uma