História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636. Vol 33

A Câmara de Groninga forneceu o Vriessche Jagher , de 140 lastos, com duas peças de bronze e 16 de ferro, 74 marinheiros, capitão Jan Braems.Esses navios não saíram juntos. O Dolfijn e o Kater partiram de Texel em 24 de Janeiro juntamente com o Vriessche Jagher ; o Walcheren , o Leeuwinne e o Noordt-Sterre deixaram a Zelândia no dia 27 e os outros em diferentes épocas, como havemos de referir depois. Esses seis navios, saídos quase ao mesmo tempo, reuniram-se no porto de S. Vicente, uma das Antilhas, no dia 15 de Março, sem nada ocorrer na sua viagem que seja digno de nota. Depois de passar pouco tempo ali, dividiu-se a esquadra em duas partes. O almiranta com o Walcheren , o Kater e o Noordt-Sterre partiu no dia 23 de Março e fundeou no dia seguinte em Granada; no dia 26 partiu novamente dessa ilha, chegando no dia seguinte a Ilha Branca. Esta ilha tem cabritos em abundância, apesar de não haver água doce a não ser no tempo das chuvas; as suas belas planícies são cobertas de relva; o fundo do seu ancoradouro, em geral de pedras miúdas, é em alguns pontos formado de grandes pedras; ao seu pequeno porto, cujas condições são regulares, vêm caçar cabritos, em algumas épocas do ano, a gente de Comena e a da Ilha Margarida. No dia 29 suspenderam ancora os navios e tomaram o rumo norte e norte quarta de nordeste, esforçando-se por ganhar a costa da ilha de S. João do Porto-Rico e alcançaram no dia 2 de Abril a parte sul da ilha, pouco mais ou menos no meio delia, calculando a distância da Ilha Branca para ali em 90 léguas. No dia seguinte fundearam na ilha de Mona, a qual calcularam estar situada a 10 léguas do cabo Roxo, sendo este o ponto mais ocidental de Porto Rico. No dia 4 partiram novamente dali e acharam-se no dia seguinte pela manhã na ponta mais oriental da ilha Savona, distante de Mona (segundo calcularam) cerca de nove léguas; foram costeando até ao meio da ilha e aproximando-se fundearam no porto no dia 6, fazendo-se de novo á vela na tarde do mesmo dia. No dia 9 o iate capturou um pequeno navio Espanhol, carregado com 7.000 libras de gengibre. Os prisioneiros declararam que vinham de um pequeno rio situado a cerca de 13 léguas acima da cidade de S. Domingos, chamado El Soco, o qual na vazante tem na entrada mais de quatro pés de profundidade. As casas estão um pouco afastadas da margem. Os produtos daquele lugar alem de gengibre são açúcar e couros. Três léguas mais acima desse riozinho ha um outro chamado Sogelo, cujas margens produzem unicamente couros e manteca de Porco (banha de porco), de que os espanhóis fazem grande consumo. As barcas tomam a carga a umas oito léguas rio acima, onde ha uma grande aldeia. O rio é bastante fundo até 4 léguas para o interior e dai em diante tem muitos baixos. Ainda há, conforme dizem, outro a 11 léguas de distância de S. Domingos, chamado Macoris, sendo a produção do lugar açúcar, gengibre e couros. As barcas tomam carga sete léguas rio acima. Este é bastante fundo na foz mas está semeado de bancos. Informaram os mesmos que no rio da capital de S. Domingos estavam fundeados três navios, já quase completamente carregados, devendo partir brevemente para Cartagena. No dia seguinte, isto é, a 10 estavam a cerca de três léguas ao sul da barra do rio de S. Domingos, de sorte que podiam avistar