História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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outros. Assim juntos os iates, convieram os seus capitães em bordejarem cm demanda de Maracaybo. e de feito andaram bordejando desde 14 até 24: mas, como não conseguiram passar além do cabo Coquibocoa, resolveram seguir para a ilha Hispaniola. A 26 estavam a leste da ilha Vaca apartados dela obra de doze léguas; ao outro dia aportaram entre esta pequena ilha e Hispaniola. Achavam-se pois reunidos o Kater, Bruyn-Visch da Câmara de Amsterdam. Ter-Veere, Leeuwinne e Vlieghenden-Draeck da Zelândia.A 8 de Junho partiram para o cabo Tiburon. que fica no remate ocidental da ilha Hispaniola; ao outro dia fundearam em uma baía, que demora a leste dele cm distancia de obra de meia légua. Nesta baía despejam suas águas frescas dois ou três ribeiros. Em terra encontram-se algumas laranjas. A 10 se tornaram a fazer à vela; dos iates três escorreram a costa meridional da ilha Jamaica, e os outros a costa do sul da ilha de Cuba. A 16 de Junho se tornaram a juntar nas águas do pequeno Caimão; ao outro dia surgiram ao remate ocidental dos Caimões. À noite apanharam os nossos em terra quantas tartarugas quiseram, porque nesta quadra costumam estes animais por seus ovos na praia. A 18 partiram para a ilha de Pinos, em cujo remate ocidental fizeram aguada; a 25 fundearam junto do cabo de Corrientes. Ao outro dia seguiram o Kater. Ter-Veere e Leeuwinne para o cabo de S. Anton, e durante a noite capearam com uma vela pequena. A 27 avistaram uma vela, mas por causa da calmaria não se puderam chegar ela. A 29 foi vista outra vez a mesma vela; a chalupa se enviou a ela, e tomou-a, Era uma fragata procedente de Nova Espanha com carga de farinha de trigo, vinte e seis fardos de seda, mais dez pacotes de seda branca e preta, e algumas miudezas, o que tudo os nossos apreenderam; conservaram também a galera. Ao outro dia avistaram as terras altas de Cuba na altura do Rio de Porcos; por aqui pairaram até 8 de Julho, quando ao romper do dia houveram vista de duas velas, que estavam a sotavento dos iates. Fizeram os nossos força de vela por alcançá-las, e chegando mais perto viram que eram dois navios grossos espanhóis. Os dois iates Kater e Ter-Veere se aperceberam para o combate, e como saíssem ao encontro dos navios inimigos, entraram a atirar vigorosamente de parte a parto. Não ousaram porém os nossos abordar os navios contrários, porque o Leeuwinne em que se achava o almirante, ainda não se havia aproximado, e estava a barlavento com a vela de mezena sobre o mastro. Afastaram-se os dois iates, e o Ter-Veere atirou para o Leeuwinne, em sinal de que se aproximasse. Aproximou-se enfim o Leeuwinne, disparou suas peças contra os navios Espanhóis, e retirou-se por diante deles; os outros dois iates também avançaram passando por junto do Leeuwinne, empregaram os seus tiros nos navios contrários, e recuaram para serem de novo carregadas as peças. O Leeuwinne se enviou outra vez aos Espanhóis, e tendo atirado retrocedeu, e passou pelos dois iates; estes deram volta, e atiraram mais uma vez contra o inimigo. Como porém sucedeu ficar o Leeuwinne muito alongado, e ignorando os capitães do Kater e Ter-Veere o que lhe acontecera, também mudaram de bordo. Puseram na água a chalupa do Ter-Veere. a qual vogou para o Leeuwinne. levando também o