partiram os nossos desta baía, e fizeram por subir em demanda do cabo de Coquibocoa. A 3 de Maio o Leeuwinne, que estava algum tanto mais amarrado, viu que a almiranta dava caça a uma pequena embarcação, e acercando-se dela reconheceu ser uma chalupa inglesa, que apartara-se do seu navio perto de Caraques, onde deixara de apresar um navio espanhol mui felizes foram os tripulantes de dita chalupa, os quais eram em numero de trinta e duas pessoas, em encontrarem os nossos, pois estavam sem mantimentos, e receberam da almiranta cento e sessenta libras de bolacha, trinta e duas de bacalhau seco, oito pedaços de carne e água. À manha de 4, tendo-se chegado à costa, encontraram os iates Kaler e Bruyn-Visch, ambos da Câmara de Amsterdam, de cuja navegação daremos razão em primeiro lugar, para melhor narrar depois o que uns e outros fizeram.A 13 de Janeiro deste ano de 1627 partiram do Texel os iates Otter (capitão Dirck Simonsz. van Uytgeest), e Kater (capitão Joachem Gijsz.), cada um deles do porte de noventa lastos, e artilhado com quatorze colubrinas, tripulado o primeiro por cinqüenta e nove marinheiros, e o segundo por cinqüenta e dois, e mais o iate Bruyn-Visch, sessenta lastos, nove colubrinas, trinta e sete homens, capitão Jan Reyersz. Swart. Tinham quase o mesmo destino estes três iates. Mantiveram companhia até A entrada do mês de Fevereiro, que foi quando o Kater apartou-se dos outros aos 23 gr. de altura da banda do norte. Acompanhemo-lo primeiramente em sua viagem.A 4 de Fevereiro houve vista seu capitão da ilha de Santo Antonio, uma das do Cabo-Verde, e dali deitou caminho pela derrota do oessudoeste em demanda da costa da América até o dia 17, quando foi em altura de 6° 20', e tomou sonda de vinte braças, sem porém avistar terra, porque são tão pouco profundas as águas daquelas paragens da costa continental, que bem quinze léguas largo de terra se acha fundo. Ao outro dia navegou pelo rumo do oeste quarta a noroeste em busca da ilha Tabago, que foi vista no dia ao oeste com o Kater, em altura de 11° 6'. Chegando ao remate oriental desta ilha, deram os nossos fé de uma vela, que era um barco português com duas velas ré; o perseguiram e tomaram. À noite andou à capa o iate. Ao outro dia fundeou com o barco em uma baía capaz da ilha Tabago. No barco tomado encontraram apenas alguns rolos de tabaco, continha porém cento e cinqüenta escravos; tomaram os nossos o tabaco, e deixaram o barco seguir viagem com sua gente. A 24 partiu o Kater , e prolongou o lado setentrional da ilha para bem observá-lo, e viram os nossos que havia três sítios acomodados para fazer aguada: um deles se acha no remate oriental, e é a sua maior enseada ou Baía, onde se pode surgir em quinze braças, e tomar água mui fresca. Obra de urna boa légua mais para oeste ha cinco farilhões da praia cousa de meia légua, pode-se passar entre eles e a praia, e sendo no espaço intermédio se vê uma grande Baía que faz a ilha, onde deságua um ribeiro de água doce; aqui pescam-se muitos peixes, e se pode surgir em oito ou dês braças diante da baía. Um pouco mais para oeste ha outra baía grande, onde desembocam dois ribeiros de água fresca; é pouco profunda, e se pode surgir em oito, sete e também seis braças. Da extremidade ocidental sai
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional