artilharia do forte. Neste entretanto apareceu um navio espanhol vindo de leste, que se foi meter debaixo do forte, porquanto os nossos, pela calmaria, não puderam dar à vela. A 28 foi o capitão junto do cabo Caldera. A 3 de Julho houve vista da ilha Margarita. Ao outro dia chegou diante do forte, que demora a cavaleiro da grã-salina atrás da ponta de Araya. Os do castelo, conhecendo os nossos, deram três tiros de peça, que não atingiram o iate. A 3 deu fundo na extremidade ocidental da ilha Coche, saindo gente em terra para procurar água; não a acharam, nem viram pessoa alguma, mas somente muitas cabras. Ao outro dia tornando os nossos a desembarcar para caçar cabras, e se fiando em não terem visto gente na véspera, descuidaram-se, e foram surpreendidos por doze ou treze espanhóis e selvagens, que nos mataram seis e feriram gravemente três. A 9 partiu o capitão e governou para o remate oriental de Margarita afim de haver novas da frota. Ao outro dia, não tendo sabido cousa alguma, se foi pela derrota do oeste. A 12 surgiu A banda setentrional da ilha Tortuga, onde encontrou bom ancoradouro com quatro, cinco, seis e oito braças de água, e ainda mais, como se quiser. Aqui encontrou água cavando poços; partiu a 14, e navegou pela derrota do nornoroeste em demanda de Saona. A 18 foi sobre ela, e surgiu para esperar a frota do almirante Pieter Pietersz. Heyn, que da outra nenhuma notícia segura havia obtido até então. A frota do almirante Heyn chegou poucos dias depois, como vamos a narrar.O almirante Pieter Pietersz. Heyn saiu com sua frota dos portos da Holanda e Zelândia aos 11 e 21 dias do mês de Maio. Sendo esta menos mal servida pelo tempo e pelo vento, aos 4 dias de Julho era chegada A altura de 14° 30' à banda do norte, e ali dividiu-a o almirante em quatro esquadras: na primeira achava-se o mesmo almirante com os navios Amsterdam, Oragnien-Boom, Pinas, e os iates Sparwer e Rare; a segunda compunha-se dos navios Zutphen, Geldria, e do iate David; a terceira dos navios Walcheren, Hollandia e do iate Arendt; a quarta dos navios Neptunus e Gouda Leeuwe. Deu-lhes o almirante as necessárias instruções e cartas de sinais, pelas quais se haviam de governar. A 6 era a armada junto da ilha Barbadas, e costeou-a pelo sul; o Sparwer teve ordem de levar por mão as costas da ilha, a ver se nela estavam surtos alguns navios. Este iate navegou tão chegado à terra, que os nossos puderam ver gente na praia; observaram ser a ilha arrazoadamente grossa e montuosa, coberta de arvoredo e mato; lançaram o prumo varias vezes, mas não puderam tomar fundo. Ao meio-dia era a frota em altura de 12° 13' e continuou sua viagem pela derrota do noroeste e nornoroeste. À seguinte manhã houve vista de Matinino, que é terra mui grossa com mui altos medões, com que em partes se emparelham as nuvens, e o mais coberto de arvoredo; era a altura 14° 40'. Navegou de longo da terra, que se arruma ao sul quarta a sudeste e também a leste; pegado com ela ha um farilhão grande em forma de pão. O almirante mandou o Sparwer dar vista à ilha; este iate não encontrou bom ancoradouro, era tudo fundo penhascoso e mui escarpado, pois tomou sonda de vinte, trinta, quinze, e também seis braças, e no comprimento de um navio grosso perdeu o fundo. Ao romper do dia 8 o
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional