os rombos. Inquieto, como estava, por amor do navio Medenblick, mandou que o capitão Bancker e um outro com cinco bateis lhe dessem toda a ajuda e assistência. Ao outro dia o outro navio foi posto a nado, mas por descuido, torvação e também relutância de alguns da tripulação, logo tornou a encalhar. O iate Porto-Rico nome que deram ao barco tomado, de que o inimigo já se havia assenhoreado, e os tripulantes fugido para o Medenblick, foi retomado e levado para fora do porto. Neste ínterim ia o inimigo varejando o navio Medenblick; de sua gente já alguns queriam entregá-lo, mas outros o impediram, deliberados a esperar até ao ultimo momento. O general, vendo que deste modo os navios de sua armada facilmente se apartariam uns dos outros, assentou seguir para o remate ocidental da ilha, onde os juntaria e concertaria; ordenou pois ao sota-almirante que com mais três navios (o Goude Sonne, Meulen e Jonghe Tijger) se mantivessem diante da barra de vigia ao Medenblick, e esperasse por ele até que ou se safasse, ou ficasse de todo desunido, e com os mais se foi devagarzinho de longo da costa ao rumo do oesnoroeste.A 7 surgiu em uma formosa baía, onde havia bom ancoradouro, diante de um bonito rio de água doce. Ao seguinte dia mandou à terra um prisioneiro português para convidar a terem trato com os nossos os espanhóis, que moravam naquelas cercanias, e ver se obtinha deles refrescos. Só a 10 recebeu o general resposta segura, que foi quando veio a bordo um espanhol com uma carta, em que os moradores cortesmente se desculpavam, dizendo que não podiam assentar trato com os nossos, e que se quiséssemos haver refrescos, os procurássemos por nossa conta e risco. Neste entretanto em cada navio se procurava reparar o dano sofrido. A 12 se juntaram com a armada os outros navios, que como sota-almirante ficaram diante de Porto Rico: haviam abandonado o Medenblick, cuja gente fugira na chalupa, sem encravar-lhe a artilharia, nem destruí-lo, do que foram causa alguns cabeças de motim, que por isso foram depois castigados. Estes navios trouxeram um outro pequeno dos espanhóis, mui valeiro. O Iate West-cuppet, a 8 deste mês, fora traz ele em uma baíazinha ou pequeno porto que chamam sierra-Gordo, mas não se pode acercar dele por causa da arrebentação: juntando-se este iate a 10 com aqueles navios, que estavam de vigia ao Medenblick diante de Porto Rico e acertaram de passar por ali, e vendo que ainda ali estava o naviosinho espanhol, ajudados da chalupa grande e de alguns bateis o levaram para fora. Estava vazio, continha apenas duas pecinhas de bronze, e dois morteiros do mesmo metal; era um barco de aviso, procedente de S. Domingo, nome que lhe deram por esta circunstancia. Depois que a, sua gente andara diariamente ocupada em fazer aguada e prover os navios, o general, quando veio ao dia 18, mandou para S. Domingo cinco navios, a saber, o do vice-almirante Adriaen Claesz., o Valck, o Geele Sonne o Goude Sonne e o iate West-cappel para o efeito de vigiar o galeão que soubera por algumas cartas encontradas no naviosinho ultimamente tomado estar ali de verga d' alto e ricamente carregado. Depois disto ainda estiveram os nossos ocupados em repartir os despojas, que se achavam na capitania,
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional