História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30

Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional

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surto com ires navios diante dos baixos de Corymba, ou barra meridional de Loanda. Para lá mandou o Commandeur primeiro os dois iates; seguiram depois a fusta, e as chalupas, e deram fundo por fora da ponta setentrional da ilha de Loanda em vinte braças, fundo de areia.Esta ilha de Luanda tem de comprido obra de cinco lagoas, e arruma-se geralmente sudoeste nordeste; é baixa; tem um convento, e uma alfândega ou casa em de se despacham escravos, além de uma aldeia de negros, não havia dantes na ilha fortificação alguma, mas, por nosso respeito, levantaram uma bateria com seis peças junto da casa dos despachos sobre o canal.À tarde de 26 o Commandeur , juntou-se com os Yates, que estavam surtos cm dezessete braças diante da barra meridional ou de Corymba, e surgiu em quarenta, porque o vento do mar refrescou, e lhe não permitiu ir mais para cima. Os três navios do inimigo, em que se faltou, estavam quase de todo descarregados, e haviam sido rebocados para dentro dos baixos, e por ser esta navegação para piloto de barra, não pôde o Commandeur ir-se a eles. Os de Loanda levantaram mais uma bateria com oito ou dez peças na ponta meridional da barra, por junto da qual se havia de passar, o navio do governador tinha dezessete peças, e oito cada um dos outros dois, e muita gente; claro está que era perigosíssimo ir busca-los lá dentro, onde estavam. Ao outro alia aproximaram-se algum tanto os nossos navios. A 28 o novo governador mandou-nos pelo seu secretario os nossos três homens presos, e em troca foram-lhe, entregues vinte Portugueses. Na entrada de Julho o Commandeur deu a vela com os seus navios servido de um vento terra, para, navegar um pouco mais para cima, e governou ao sudoeste. Os baixos de Corymba não precisara de muitas indicações: demoram junto da ponta setentrional da barra do sul, e a noite nada tendes que temer, se não passardes das trinta e cinco braças e para entrar na barra do sul, ide buscar a ponta meridional da terra firma, e entrai navegando perto dela. Alí que puseram uma bateria, assim como outra na terra firme sobre a barra. À noite o Commandeur surgiu em trinta e duas braças, duas léguas escassas acima, dos baixos de Corymba. Aqui vendeu ao proprietário o navio, S. Juan por mil duzentos e cinqüenta cruzados, três florins cada moeda, e começou-se a descarrega-lo. A avistou uma vela ao mar: deram-lhe caca os dois iates e a chalupa, que ao entro dia a trouxeram: era um patacho do porte de quarenta e cinco tonéis, procedente de Ilhéus, com carga de farinha, cimbe (?) e uma pouca ele arroz. Pelos tripulantes soube o Commandeur que habitavam em Ilhéus algumas oitenta famílias portuguesas; que havia lá um fortim como quatro peças, e nos seus arredores quatro engenhos. Haveis de entrar por entre duas ilhotas: a barra e estreita, e nas marés ordinárias tem somente quatorze palmos de água: este em altura, de 14° 1/2, tomaram-lhe o arroz, cimbes e uma porção de farinha para seus negros, e largaram o naviozinho. A 9 o Commandeur se foi pela derrota do sudoeste, e tomou um navio de pôpa quadrada com varanda coberta, chamado. S. Francisco , do porte de oitenta lastos, com ires colubrinas, quatro