Sabida na Republica a noticia da feliz tomada da cidade de S. Salvador, e o que ainda ali cumpria fazer-se, bem compreenderam os diretores que o rei de Espanha empenharia as suas ultimas forcas por reaver a praça; e porque tivessem recebido informações de 1íespanha e outros lugares, como neste reino e no de Portugal se ativava o aprestamento de uma armada mui poderosa, que com a maior brevidade seria expedida ao mando e direção de D. Frederico de Toledo, deram-se pressa em ter conselho sobre o que deviam fazer para bem resistir a ela e segurar a praça, e assentaram em equipar um grande número ele navios, assim providos de gente e das cousas necessárias, que nada lhe faltasse.A Assembléia dos XIX dividiu os aprestos desta armada entre as câmaras do seguinte modo. A câmara de Amsterdam aprestaria oito navios e dois iates, a saber: o navio Hollandschen Thuyn (Jardim holandês), trezentos e cinqüenta lastos, quatro peças de bronze, vinte e seis de ferro e dez pedreiros, e cem marinheiros ; o navio Haerlenz, duzentos e oitenta lastos, duas peças de bronze e vinte e duas de ferro, oito pedreiros e oitenta marinheiros; o navio Leyden, duzentos e trinta lastos, duas peças de bronze, vinte e duas de ferro, oito pedreiros e setenta e cinco marinheiros; o navio Swarte Leeuw, cento e oitenta lastos, vinte e quatro colubrinas, quatro pedreiros, setenta marinheiros; o iate Windt-Hondt, cinqüenta lastos, dez colubrinas, trinta e cinco marinheiros; o iate Haese (Lebre), sessenta lastos, dez colubrinas e quarenta marinheiros. Estes eram próprios da Companhia. Ser-lhes-iam acrescentados os quatro seguintes fretados: S. Jacob, duzentos lastos, doze colubrinas, vinte e cinco marinheiros; Eendrachl, cento e setenta e cinco lastos, dezesseis colubrinas, trinta marinheiros; (em cada um destes dois navios a Companhia poria setenta e cinco homens, ao todo cento e cinqüenta, compreendidos entre eles muitos artífices, como carpinteiros, ferreiros etc.); o navio Jonas, cento e setenta e cinco lastos, quatorze colubrinas, trinta e cinco marinheiros; o navio Crooieroburgh, cento e setenta e cinco lastos, quatorze colubrinas, trinta e cinco marinheiros. Continham pois estes navios seiscentos e setenta e cinco marinheiros, aos quais se juntariam seiscentos soldados, divididos em quatro bandeiras. A câmara de Zelândia faria prestes quatro navios e um iate, a saber: o navio Middelburgh, duzentos e cinqüenta lastos, seis peças de bronze, vinte de ferro, dois pedreiros, cento e vinte e nove marinheiros; o navio Vlissingen (Flessinga), duzentos lastos, vinte colubrinas, cento e treze marinheiros; o iate Armnuydeu, noventa lastos, dez colubrinas, cinqüenta e quatro marinheiros. Estes eram próprios. Contribuiria mais com os dois seguintes fretados: Koninginne Hester (Rainha Esther), duzentos lastos, dezesseis colubrinas, trinta e cinco marinheiros; o navio Neptunus, cento e quarenta lastos, quatorze colubrinas, trinta e cinco marinheiros. Levavam pois estes navios trezentos e sessenta e seis marinheiros, e mais trezentos soldados divididos em duas companhias. A câmara de Mosa armaria um navio e doas iates , a saber: o navio Dordrechel, duzentos lastos, duas peças de bronze, vinte de ferro e dez pedreiros, sessenta marinheiros; o iate
História ou Annaes dos feitos da Companhia Privilegiada das Indias Occidentaes desde o seu começo até o fim do anno de 1636.Vol. 30
Escrito por de Laet, Joannes e publicado por Officinas Graphicas da Bibliotheca Nacional