Historia Natural Médica da Índia Ocidental

Escrito por Piso, Guilherme e publicado por Ed. Itatiaia. Ed. Universidade de São Paulo

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no sentido longitudinal, correm linhas douradas com inúmeros pontos cor de ouro; de igual brilho são as barbatanas e a cauda, que não somente brilham de dia, mas também de noite, de tal sorte que, se muitos destes peixes estiverem reunidos, pode-se ler com o auxílio de sua luz. Este peixe marinho é tido em muito grande apreço, sobretudo assado. As gravuras que abaixo se vêem, são de insetos crustáceos que, contra a vontade do peixe, se lhe põem na boca e se lhe apegam fortemente às fauces, com as unhazinhas. Ele não escapa facilmente a este malévolo inimigo.Existe outro peixe famoso, deste tamanho, que vive no lodo do mar e se chama Iurumenbéca; em português, Boca molle, todo prateado, cuja gravura nos falta.ACARÁ PINÍMAAcará Piníma. Se, como querem os autores, se devem constituir muitos gêneros de carpas, não sem razão neles incluiremos este peixe. Assemelha-se à carpa nas escamas, na configuração do corpo, na vida; porém é de corpo mais largo e acatado; e assim se deve enumerar entre as carpas grandes, denominadas barbaramente prasemos. É certo que, em algumas regiões do mundo, as percas, carpas e carpiões se acham nos rios e no mar. Este nosso vive também entre os rochedos marinhos; aí pare e engorda. Não é inferior ao próprio carpião e carpa, não só pelo sabor como pelo nutrimento. Cintila com escaminhas graciosas Auro argênteas e correm-lhe algumas estrias amareladas ao longo do corpo.