vem carnes frescas, principalmente de caças, tostadas. Permitem o vinho, porque acham que faz. expulsar pelos poros os suores e impurezas, não sem alívio para o doente. Os que divergem deste modo de curar, afirmam que os doentes têm por certo tempo algum alívio dos sintomas, mas depois o morbo torna recidivo e sobrevêm dores dos membros. Enfim, preparado o corpo deste modo, receitam evacuações: em seguida, enviam os doentes para as moendas de açúcar e para junto de fogo muito ardente, principalmente os menos favorecidos; e só com o cozimento, cuja base é a Caaróba e Sarçaparrilla, obtêm felicissimamente a cura. Eliminam as feridas só com o atrito ou loção de Caaróba e com o suco de outras ervas secativas e abstergentes; e com as folhas de Caaróba ora cozidas, em banho, ora mastigadas em jejum, exsicam as feridas que por si mesmas não desaparecem, e extinguem-lhes a malignidade. Mandei imitar isto algumas vezes, pelos cirurgiões, no nosocômio, o que nos satisfez inteiramente.Que ninguém se engane: esta lues, ou combinada com a hispânica, como acontece muitas vezes, ou simples endemia, sobretudo em relação aos europeus, não deve ser tão subestimada no princípio ou no seu decurso. Pois não é, como alguns cuidaram, mais leve dentro dos trópicos, por causa da contínua extração das exalações pelo sol, e somente considerada mais grave nas regiões setentrionais. Do mesmo modo que se o frio noturno, apanhado apenas levemente, não fechasse mais fundamente os poros abertos pelo calor diurno, com grandíssimo detrimento do enfermo, não impedisse a dispersão dos vapores negros e os repelisse para o periósteo, no qual reside a dor. Como de cotio acontece, já por incúria dos doentes já dos médicos, que desprezam as diferenças do dia e da noite. Então vêem-se as chagas de mau caráter, de que costumam encher-se horrivelmente os atacados deste mal, produzir cárie nos ossos, além de outros sintomas. Isto nos ensinou a autópsia dos corpos em reiteradas dissecções.Ao mesmo tempo as dissecções dos corpos, feitas como exercício nos etíopes, nos certificaram de que a cor negra da
Historia Natural Médica da Índia Ocidental
Escrito por Piso, Guilherme e publicado por Ed. Itatiaia. Ed. Universidade de São Paulo