Historia Natural Médica da Índia Ocidental

dioca. Entre os frutos, gozam de conceito todos os descritos na cura da disenteria; também o líquido destilado da cana de açúcar e da flor de Ibabirába, bebida com clara de ovo, ajuntando-lhe um pouco de suco de laranjas. Por fim, aliviam a intempérie do fígado e estancam o fluxo desordenado as cataplasmas feitas de beldroega e solatro, temperadas com vinagre, aplicadas no dorso e no ventre.CAPÍTULO XIVDA ÚLCERA E INFLAMAÇÃO DO ÂNUSO que obtive dos bárbaros e da minha longa experiência acerca da natureza e cura de tão funesto e lamentável mal, aqui o descreverei. Os aborígines chamam a esta doença Teicoaraíba, os lusitanos, abusivamente, Doença do Richo ou Bicho del Cúlo; ou porque, no princípio, se sente uma dor pruriginosa, ou porque os vermes causam gangrena. Disputa-se entre os estudiosos da Medicina se esta moléstia endêmica é nova ou velha. Quanto a mim, julgo antes que ataca em outras plagas do orbe, insidiosamente, como inimigo oculto. Tão longe de dever ser chamada nova, que mais certo é antiqüíssima, e dela deve entender-se o que se diz, em I Reg., c. 5, v. 6: "A mão, porém, do Senhor pesou sobre os de Azoto, e os reduziu à última miséria: e feriu, tanto os da cidade como os das regiões fronteiriças, na parte mais oculta das nádegas." Davi também parece referir-se a isto, ao dizer no Salmo 77, v. 66: "E feriu a seus inimigos nas partes traseiras". Este mal não é endêmico a esta região, mas com freqüência ataca os indígenas e os adventícios. Este morbo era conhecido há muito tempo, em Angola e em outras terras quentes das Índias; outrora, os habitantes do Brasil eram de todo imunes dele. Outra coisa não é que um ardor e deterioração do ânus com uma úlcera corrosiva sem ou com fluxo doloroso de sangue, grassando, sobretudo, no tempo estival. A esta doença ou precedem fluxos disentéricos, com calor dos intestinos, ou aparece por si, sem alguma doença prévia. Deve confiar-se menos quando a disenteria a precede, e os sintomas e as excreções