redonda, de dorso negro e ventre branco. Há também peixes conhecidos aos mares da Europa, como os chamados TAÍNHAS pelos portugueses, muito salutares contra mordedura de cobra, e vários gêneros de CARPAS, denominadas pelos portugueses PARGOS e SARGOS, espécie de sardas, e mais RAIAS, AGULHAS e outros. São excelentes também os DOURADOS, a que chamam os índios GUARACAPEMAS [^nota-179].O ARAGUAGUÁ é um peixe com o focinho armado de espada [^nota-180]. GUAPERVA, enxarroco [^nota-181], também dito PEIXE-PORCO, inteiramente eriçado de espinhos. O QUACACUJA, morcego aquático [^nota-182]. NHANDU-GUAÇÚ, aranha muito grande [^nota-183].Há nas praias abundância de tartarugas de grande porte, que põem na areia ovos semelhantes aos de galinha, redondos, brancos, recobertos de casca resistente. Os TUBARÕES [^nota-184] são os mais cruéis dos peixes, funestos a quem nada. Tem para companheiros uns peixes furta-cores, que os portugueses denominam ROMEIROS. Armam os índios as suas setas com os dentes deles por serem muito agudos e letalmente venenosos. Há também os PEIXES-VOADORES, nos quais é lindíssimo o brilho dos olhos, que fulguram como pedraria. As asas, tais quais as dos morcegos, são implumes e de cor prateada. Quando fogem do peixe inimigo, defendem-se voando fora da água e muitas vezes precipitam-se nos navios, o que é bom agouro, segundo pensam os marujos [^nota-185]. Acredita-se existir também nestas partes o torpedo, a quem chamam os índios PURAQUÊ, porque produz torpor nos membros, e, quando alguém nele toca, ainda mesmo com um pau, fica-lhe o braço dormente [^nota-186]. Maiando-se, perde a peçonha e come-se
Para outros " peixe-mulher".
Além disso, maravilham mais os Tritões, denominados pelos indígenas IPUPIARAS [^nota-187], visto como lembram em alguma coisa o semblante humano, mostrando as fêmeas uma cabeleira comprida e um aspecto mais gracioso. Vêem-se a sete ou oito léguas da Baía de Todos os Santos, bem como nas proximidades de Porto Seguro. Crê-se que matam os homens, apertando-os com o seu abraço, não de propósito, mas por afeto. Os cadáveres lançados à costa ficam mutilados nos olhos, no nariz e nas pontas dos dedos, tornando-se verossímil que fiquem assim com a sucção e mordedura desses monstros.