História das últimas lutas no Brasil entre holandeses e portugueses

Escrito por Moreau, Pierre; Baro, Rouloux e publicado por Ed. Itatiaia. Ed. da Universidade de São Paulo

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O grande forte do dique I. O pequeno forte do dique J. Reduto feito pelos holandeses K. Grande forte dos portugueses no dique L. Pequeno forte dos holandeses no dique M. Ponte de madeira do Recife N. Ilha de Mauritstad O. A Cidade Maurícia P. Forte chamado de Claustro Q. Casa do Conde Maurício de Nassau R.

Pouco mais além há, ainda um grande e um pequeno forte, todos dois quadrados, com duplas paliçadas e bons fossos, bem providos de homens e de munições de guerra e de boca, a um tiro de canhão um do outro. Os holandeses mandaram construir, ainda, um reduto ao pé do monte, que foi vendido e entregue por um dos seus aos portugueses, como se verá nesta história; os quais, de sua parte, para guardar-se contra os holandeses, fizeram construir dois outros fortes de seu lado sobre este dique, a distância conveniente. Na ponta do Recife este rio salgado se divide; uma parte deságua no porto, outra penetra pela terra e a contorna num circuito de uma légua e meia, quase em oval, formando uma ilha do lado mais próximo e que fica situada no Recife; só se pode fazer um trajeto, sobre o qual mandaram construir uma ponte de madeira, e sobre a margem está construída uma outra cidade chamada, antigamente, pelos portugueses, Santo Antônio e, presentemente, pelos holandeses, Mauritstad ou Cidade Maurícia, cercada por bons baluartes de terra, com paliçadas em cima e em baixo, plataformas, meia-lua e revelim, duplos fossos e contra-escarpas e bem o mesmo número de casas que em Recife e com três praças darmas muito mais bonitas, grandes e largas como as do Recife, onde são sempre mantidos mil homens de guarnição. Um pouco aquém, ao lado e bem junto, há um outro forte com cinco baluartes chamado o Claustro, porque foi outrora um convento de franciscanos, e ainda um pouco adiante sobre o rio está a bela casa que mandou construir o Conde João Maurício de Nassau, na qual se fez um corpo de guarda para conservá-la e também as passagens, por que ali se podia vir a vau pelo lado e pelo rio salgado, quando a maré está baixa. Este claustro e a casa do Conde Maurício de Nassau estão separadas da Cidade Maurícia por um canal, onde se faz passar este rio salgado pelo porto, sobre o qual há uma ponte levadiça.

Forte triangular que existe no trajeto S.Adiante, no trajeto, há ainda um pequeno forte triangular igualmente distanciado da terra firme, da Cidade Maurícia e do Recife, onde vinte homens estão comumente de guarda com pequenos bergantins, a fim de descobrir os portugueses, caso tentem mostrar-se por água e vir dar cerco aos fortes.Grande forte de Mauritstad T. O pequeno forte U. Os Afogados V. O forte de Barreta W.Em seguida, além da Cidade Maurícia, na mesma ilha, existem, ainda, dois fortes, um pentagonal e outro quadrado, distantes um tiro de canhão um do outro, providos de munições de guerra e de boca, protegidos por paliçadas e bons fossos, com boas guarnições. A uma légua ainda além e a um quarto de légua da ponte que separa a ilha da terra firme, há um outro forte, dito dos Afogados, com seis baluartes, guardado por quatro companhias; ainda mais além, a meia légua deste forte, à borda do mar e a três quartos de légua de Recife na terra firme, a uma mosquetada da rocha, foi construído outro forte, chamado Barreta, de forma quadrada, bem cercado por bons fossos revestidos de duplas paliçadas, que domina os que chegam pelo mar e por terra, do lado do Cabo Santo Agostinho, para guardar cuidadosamente o Recife. Donde o leitor pode ver que apesar de todas as medidas tomadas pelos holandeses para torná-lo inexpugnável, esqueceram-se de fazer construir além dos doze fortes aqui mencionados um décimo-terceiro em frente ao Recife, na margem do rio salgado, a fim de ter sempre garantida a retirada