História das últimas lutas no Brasil entre holandeses e portugueses

Escrito por Moreau, Pierre; Baro, Rouloux e publicado por Ed. Itatiaia. Ed. da Universidade de São Paulo

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editou a Relação de Moreau e Baro (Relations veritables et curieuses de 1 isle de Madagascar et du Brésil, Paris, Augustin Courbé, 1651).As anotações que escreveu para a Relação de Baro, e cuja tradução revi, revelam o erudito de gabinete, que não veio ao Brasil e limita-se a uma bibliografia muito reduzida, sendo a citação sempre incompleta. Os nomes indígenas estão quase sempre estropiados, e não vemos outra razão para publicar esse conjunto de notas senão a de tornar completa esta edição.Os autores que cita estão relacionados na minha Historiografia e Bibliografia do Domínio Holandês no Brasil, Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1949:1. Johannes de Laet. L 'Histoire du Nouveau Monde. Tradução francesa da Beschijvinghe van West-Indien (2a. ed. melhorada da Niewe Wereldt ofte Beschrijvinghe van West Indien, la ed., Leyde, 1625). A 2a. ed. holandesa e a tradução francesa são de Leyde, 1630 e 1640, respectivamente. Cf. ns. 82, 83 e 84 da minha Historiografia e Bilbliografia, ob. cit.2. Guilherme Piso e George Marcgrave, Historia Naturalis Brasiliae. Leyde, 1648. la. trad, brasileira de Marcgrave, Sao Paulo, Imprensa Oficial, 1942, Vide nos 814 e 816 da minha Historiografia e Bibliografia, ob. cit.3. Guilherme Piso " Além da parte na Historia Naturalis Brasiliae, publicou com as partes de Marcgrave a De Indiae Utriusque Re Naturali et Medica, Amsterdam, 1658. A tradução da parte de Piso foi publicada em São Paulo, 1948. Vide Historiografia e Bibliografia, ob. cit., nos 815 e 816.4. Jean de Lery, Histoire d'un Voyage faict en la terre du Brésil, la ed., Rochelle, 1578. Várias edições. Tradução brasileira de Sérgio Milliet, Biblioteca Histórica Brasileira, São Paulo, 1941.5. Elias Herckmans. Morisot conheceu Elias Herckmans de segunda mão, porque sua Beschrijvinge van de Capitanie Paraiba só foi publicada em 1879, e traduzida para o português em 1884. Vide Historiografia e Bibliografia cit., nos 194 e 738. Herckmans conhecia bem as etimologias indígenas. Ver nº 848 da Historiografia.6. Francois Pyrard " Voyages de François Pyrard, de Laval, contenant sa navigation aux Indes Orientates, Maldives, Moluques, & au Brésil. Paris, 1679. Tradução portuguesa de J. H. da Cunha Rivara, Nova Goa, 1858-1862, 2 vols.ConclusãoAs obras de Moreau e de Baro sempre gozaram de boa reputação na historiografia brasileira. Francisco Adolfo de Varnhagen, na História das Lutas com os Holandeses no Brasil desde 1624 a 1654 (Lisboa, 1872), declara-as de muito auxílio para apreciar a restauração pernambucana. José Antônio Gonsalves de Melo, neto, chama Moreau o "quase-clássico" (Tempo dos Flamengos, Rio de Janeiro, José Olympio, 1947, 28). C.R. Boxer utilizou-se bem de suas informações (The Dutch in Brazil, 1624-1654, Oxford, 1957), sem criticar ou desmerecer sua obra. Herman Wätjen, no seu livro Das Hollaendische Kolonialreich in Brasilien (Haia e Gotha, 1921), traduzido por Pedro Celso Uchôa Cavalcanti (Brasiliana, n° 123, São Paulo, 1938), simplesmente o desconheceu.O estudo mais moderno ultimamente publicado de Evaldo Cabral de Mello, Olinda Restaurada. Guerra e Açúcar no Nordeste, 1630-1654 (Editora Forense, Rio de Janeiro, 1975), busca nas páginas de Moreau as informações que uma fonte como ele e Baro prestam aos estudiosos.