multidão de gente nova, selvática e sem temor a Deus). 1.A conquista de Fortaleza encerrou promissoramente o ano de 1637 e João Maurício pôde então contemplar com satisfação a obra que realizara. Tinha infligido a Bagnuolo uma derrota esmagadora e levado as fronteiras da dominação holandesa ao sul até o Rio São Francisco e ao norte até a Capitania do Maranhão, se bem que a sujeição do Ceará não se completasse ainda por muito tempo. Havia também iniciado a reforma total da administração interna e decretado leis que visavam assegurar a ordem e a disciplina na Colônia, bem como fazer desaparecer a tensão de relações entre Protestantes e Católicos, entre os homens brancos e os de cor. Não se podia ainda dizer, entretanto, se as medidas adotadas produziriam os resultados que delas havia esperar. João Maurício, porém, tinha a firme convicção de estar trilhando o caminho verdadeiro, e, nela, nada o fortalecia mais do que a petição com que os pele-vermelhas do Ceará invocaram a proteção da soberania holandesa.Neste comenos havia chegado cartas dos Diretores Gerais pelas quais o Governador era intimado a prosseguir em seus gloriosos empreendimentos e coroar a obra com a tomada da Bahia. Ser-lhe-iam postos à disposição tropas e navios em número suficiente.A ordem de preparar uma expedição contra a cidade bem fortificada de S. Salvador, nada agradou a João Maurício. Não lhe era lícito atirar-se aos azares de uma temerária aventura guerreira justamente no momento em que a Colônia mais necessitava de sua presença, e tudo se achava ainda em seu período inicial de desenvolvimento. Por outro lado, faltava-lhe o poder ofensivo indispensável ao projetado empreendimento.
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Nota 156: Ham a J. Maurício, 19 de Abril 1638 W. I. C. O. C. Nr. 53.
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