O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 142


Depois de haver aquiescido em assumir no Recife o cargo de governador, compareceu o Conde a 4 de Agosto de 1636 à sessão do Diretório Geral, a fim de inteirar-se das condições. Tendo estas merecido a sua aprovação, comprometeu-se ele a exercer por um determinado prazo - cinco anos, de primeiro - as funções de Procurador da W. I. C. no Brasil. O Conselho dos XIX prometeu pôr à sua imediata disposição 6.000 florins para as necessárias despesas de estabelecimento e fixou um ordenado mensal e subsídio de mesa, de 1.500 florins, o que perfazia a soma anual de 18.000. Considerável, quando se lhe aplica o estalão daquele tempo, essa importância, entretanto, era absolutamente insuficiente para um país como o Brasil onde tudo tinha de ser produzido do nada. Disto se aperceberam também os diretores (Bewindhebber) e vieram em auxílio do seu Statthalter concedendo-lhe ainda 2 por cento sobre o valor das presas tomadas ao inimigo 1.Para o novo governo no Recife foi elaborado um Regulamento bem minucioso. Entre os papéis do arquivo das Índias Ocidentais é ele o documento histórico-administrativo mais instrutivo e interessante, e nele se funda o capítulo do meu livro, relativo ao sistema de governo dos Holandeses no Brasil. Com o título de "Gouverneur - Capiteyn - ende Admiral-Generael" assumiu João Maurício a direção suprema do Governo em Pernambuco. Tornou-se o Comandante-em-chefe das forças de mar e terra e o administrador dos negócios interiores. Para ajudá-lo no desempenho do seu pesado cargo, puseram-lhe a latere uma. nova organização oficial, o "Alto Conselho", composto de três diretores da Companhia. A W. I. C. nomeou "Altos Conselheiro Secretos" (Hooge onde secrete raden) Mathijs


  1. Nota 124: Netscher, p. 84.