O Domínio colonial hollandez no Brasil

Escrito por Watjen, Hermann e publicado por Companhia Editora Nacional

Página 141


dos XIX em comunicação com o Conde João Maurício e ofereceu-lhe o novo cargo de Governador, que ia ser criado. Não podia ter sido mais feliz a escolha!Filho de João de Nassau-Siegen, esposo de Margarida de Schleswig-Holstein, vira João Maurício pela primeira vez a luz do dia em Dilemburgo, a 17 de Junho de 1604. Achava-se em estreitas relações de parentesco com a casa de Orange, porquanto o seu avô João de Nassau era irmão mais moço do Taciturno. Desse João e do tio Maurício de Orange que lhe servira de padrinho de batismo, tomara a criança os dois nomes: João Maurício. O jovem conde alemão recebeu uma excelente educação, freqüentou o Liceu de Herborn e cursou ainda em idade juvenil as Universidades de Basiléa e Genebra. Como voluntário alistou-se em seguida no exército da República Neerlandesa. Resumem-se em poucas palavras os seus primeiros feitos bélicos. Tomou parte na malograda expedição palatina de Frederico Henrique contra Spinola (1620), bem como na conquista de Goch (1627) e no célebre assédio de Boisle-duc, sendo por esta ocasião promovido a coronel. "João Maurício", diz Fabius, "foi um bom soldado, um homem vigorosamente desenvolvido, calmo e jovial." Revelava grande interesse e aguda intuição em matéria de arte e ciência, amava a convivialidade no círculo íntimo e sentia-se muito a seu gosto na divertida Haia, "como filho da República". 1 Durante o cerco de Maestricht (1632), tendo conseguido frustrar a inesperada investida impetuosa de Pappenheim consolidou a sua fama militar, e quatro anos mais tarde com a rendição do Forte Schenkenschanz o nome de João Maurício popularizou-se em todas as partes da República.


  1. Nota 123: Fabius, p. 7.